Publicado em: 17/06/2013 às 10:30hs
De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), no dia 11 os investidores institucionais detinham uma posição líquida de compra 153,43 mil contratos, a maior desde 6 de novembro do ano passado. Na semana anterior, o saldo era de 141,17 mil contratos.O número corresponde à diferença entre o número de posições compradas (com as quais os fundos tentam lucrar com a alta dos preços) e o de posições vendidas (com os quais tentam ganhar com a queda).
Desde o início de maio, quando os fundos começaram a ampliar sua aposta altista, a soja subiu mais de 8,5% na bolsa de Chicago.Segundo Stefan Tomkiw, analista da corretora Jefferies Bache, em Nova York, o movimento é influenciado por fatores sazonais. Tradicionalmente, os preços da commodity tendem a subir e a ficar mais voláteis nesta época do ano, quando as especulações em relação ao tamanho da safra nos Estados Unidos ganham força.Com os estoques mundiais em níveis historicamente baixos, os fundos sabem que um problema climático no cinturão agrícola americano nos próximos dois meses pode fazer com que as cotações disparem, razão pela qual ampliam sua posição comprada.
Em contrapartida, os investidores parecem bem menos otimistas em relação ao milho - commodity agrícola com maior liquidez nos mercados futuros. Na última semana, eles reduziram - de 90,9 mil para 82,5 mil contratos - sua posição líquida de compra no grão.O comportamento reflete as perspectivas menos promissoras em relação aos preços para o segundo semestre. Apesar de todos os problemas durante o plantio da nova safra nos Estados Unidos, o mercado espera uma expressiva recomposição da oferta mundial na temporada 2013/14.
Em Nova York, a aposta na baixa é mais evidente no mercado futuro de açúcar. Os fundos encerraram a semana do dia 11 com uma posição líquida de venda de 88,14 mil contratos - a maior desde, pelo menos, 2006. Na semana passada, a commodity registrou as cotações mais baixas em quase três anos. A tendência é explicada pelo excesso de oferta. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), o mercado global da commodity deve registrar o maior excedente de produção da história na temporada que termina em setembro. O sentimento não é muito diferente no pregão do café da bolsa nova-iorquina. Os fundos fecharam a última semana com uma posição vendida de 24,34 mil contratos - a maior desde o início de abril -, reflexo dos grandes estoques globais e da fraca demanda pelo produto.
Os preços ao produtor dos Estados Unidos subiram mais que o esperado em maio, à medida que os preços da gasolina se recuperaram, mas as pressões inflacionárias permaneceram fracas, o que pode ser um argumento contra uma redução antecipada do estímulo monetário do Federal Reserve, banco central do país.O Departamento do Trabalho informou nesta sexta-feira que o índice de preços ao produtor ajustado sazonalmente aumentou 0,5 por cento no mês passado, também com os preços de alimentos se recuperando.
Os preços ao produtor haviam recuado 0,7 por cento em abril.Pesquisa da Reuters junto a economistas apontava que os preços recebidos pelas fazendas, fábricas e refinarias do país subiriam 0,1 por cento em maio.Nos 12 meses até maio, os preços aceleraram para 1,7 por cento, após alta de 0,6 por cento.Apesar da aceleração no mês passado, as pressões de preços permanecem fracas, e a demanda doméstica modesta dificulta que os produtores repassem os custos maiores aos consumidores.
A fabricante de produtos químicos DuPont disse que seu lucro operacional cairá mais do que o esperado no primeiro semestre do ano, depois que uma primavera muito chuvosa na América do Norte e Europa prejudicou negócios agrícolas. A Dupont está se concentrando em alimentos e produtos agrícolas para reduzir sua dependência do mercado de pigmentos para tintas, que está enfraquecendo.
A empresa espera que o lucro operacional por ação no primeiro semestre seja cerca de 10 por cento menor do que o registrado no ano passado, afirmou o vice-presidente financeiro, Nicholas Fanandakis, em um comunicado na quinta-feira. A empresa havia previsto uma queda de 7 a 9 por cento em abril.
"O clima frio e úmido atípico da estação em toda a América do Norte e Europa está afetando os nossos custos e receitas dos segmentos de agricultura, nutrição e de saúde no segundo trimestre", disse Fanandakis. O negócio agrícola da DuPont foi responsável por 45 por cento da receita de 10,4 bilhões de dólares obtida pela companhia no primeiro trimestre. A empresa divulga resultados do segundo trimestre em 23 de julho.
Fonte: Reuters
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