Análise de Mercado

Frete de grãos deverá subir menos em 2012, dizem especialistas

Neste ano, temos um cenário bem distinto do que ocorreu na safra passada


Publicado em: 16/02/2012 às 18:15hs

Frete de grãos deverá subir menos em 2012, dizem especialistas

As tarifas de frete já reagem à entrada da safra de grãos no Sul e no Centro-Oeste, mas é improvável que alcancem os picos registrados no ano passado, na mesma época, quando a concentração da colheita das duas regiões - que em geral ocorre em momentos distintos - fez disparar o custo do transporte agrícola até os portos.

– O valor do frete sempre sobe entre fevereiro e maio, meses de escoamento da produção. Mas, neste ano, com a colheita se intensificando primeiro em Mato Grosso e depois no Paraná, a valorização deve ser menos intensa que em 2011 – afirma Aedson Pereira, analista de grãos da Informa Economics FNP.

A quebra da produção da soja e do milho no Sul também deve contribuir para pressionar menos o valor das tarifas.

– Neste ano, temos um cenário bem distinto do que ocorreu na safra passada. Além da colheita na época normal, há menos soja para transportar no Sul, o que deve limitar o aumento do valor do frete – disse o analista.

De acordo com dados da Informa, em fevereiro de 2011 o custo para transportar uma tonelada de soja de Rondonópolis (MT) para Paranaguá (PR) ou Santos (SP) estava entre R$ 160 e R$ 170. Neste mês, o mesmo trecho é cotado por R$ 130 a R$ 140 por tonelada. De Cascavel para Paranaguá, chegou-se a R$ 70 a R$ 80 por tonelada no ano passado. Nesta semana, oscila em torno de R$ 60.

Pereira lembra também que Mato Grosso está com cerca de 30% da safra colhida, mas ainda assim o frete segue mais baixo que na mesma época do ano passado. Há urgência para que a soja seja escoada neste momento. Segundo Pereira, o line-up de Paranaguá mostra que há navios programados para receber 900 mil toneladas de grão até o final de fevereiro. Em Santos, o volume chega a 850 mil toneladas no mesmo período.

– É um grande volume, mas não é tão alto quanto na mesma época do ano passado – completou o analista.

O diretor do Centro de Comercialização de Grãos (Centrogrãos), da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), João Birkhan, diz que há pressão para que a soja seja escoada neste momento no Estado.

– Choveu muito em janeiro e depois do estio das últimas semanas os produtores aceleraram a colheita. Há navios esperando no porto. Mas o valor do frete não tem apresentado muita diferença com o do ano passado – conta.

Birkhan ponderou, contudo, que nos próximos 60 dias a corrida por caminhões deve aumentar.

Fonte: Agência Estado

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