Publicado em: 03/10/2013 às 09:40hs
"Em quanto tempo não sei. Mas o importante é que o caminho é o contrário à tendência protecionista que temos seguido." Para ele, a medida é essencial para a inserção do país nas cadeias globais de produção.
Custos sociais - Baumann destaca que a abertura comercial não pode ser abrupta. "Opções radicais de abertura comercial a curto prazo podem resultar em custos sociais mais elevados do que os ganhos da eficiência produtiva." O economista estima que a importação de bens e serviços corresponde a 13,9% do PIB, considerando dados de 2012. Segundo ele, números do Banco Mundial mostram que nenhum outro país possui um índice mais baixo do que o do Brasil de abertura para importações.
Papel fundamental - Eliane Araújo, professora da Universidade Estadual de Maringá (PR), defendeu que o câmbio tem papel fundamental para o crescimento econômico. Segundo ela, as experiências internacionais mostram que os casos recentes de rápido crescimento econômico apresentaram taxa de câmbio relativamente desvalorizada.
Sugestões - Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, pondera as sugestões de política cambial e comercial. "O câmbio apreciado pode ser bom para uns e ruim para outros." Ele exemplifica com produtos de alta tecnologia, como a Embraer, que importa muito, mas também exporta. "Esse é o grande dilema, temos que importar mais, mas com base em capital local e geração de tecnologia." Barbosa também destaca a necessidade de um debate maior sobre as redução de tarifas de importação. "Há uma grande discussão sobre isso, inclusive dentro da própria indústria", diz ele. Barbosa exemplifica com o aço, que coloca em lados opostos a indústria do aço e a que tem o produto como insumo. "Essa discussão precisa ser feita, se vamos baixar tarifas para insumos básicos ou para bens finais e quais bens finais."
Dependência - O cientista social Mariano Francisco Laplane, presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), disse que o esforço que o Brasil precisa fazer para reativar seu setor industrial não pode depender apenas da política industrial do governo. "Competitividade depende das empresas com um novo tipo de qualificação. O fluxo intrafirmas no contexto de globalização e pós-crise passa a ser parte de sistemas muito complexos."
Real - O economista José Luis Oreiro, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), argumenta que, a despeito da recente desvalorização, o real sobrevalorizado torna inviável para as indústrias manter os atuais padrões de ganho real de salários e ampliar produtividade. Ele defende a redução real dos reajustes salariais. "Não é algo a ser feito da noite para o dia, nem nesse valor de 48% da sobrevalorização da moeda. A redução do ganho real de salários, em torno de 20%, dever ser algo a ser feito em cinco, seis anos. A mudança deve ser coordenada com ajuste fiscal."
Fonte: Ocepar
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