Publicado em: 15/10/2024 às 11:30hs
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta terça-feira (15), a primeira estimativa para a safra de grãos 2024/2025, projetando uma produção de 322,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 8,3% em comparação à safra anterior, o que equivale a 24,62 milhões de toneladas adicionais. Caso o resultado se concretize, será o maior volume já registrado na série histórica. A área cultivada também deve expandir, com crescimento estimado em 1,9%, alcançando 81,34 milhões de hectares.
O arroz deverá apresentar uma elevação significativa na área plantada, com crescimento de 9,9%. A expansão é observada em todas as regiões do país, destacando-se o Centro-Oeste e o Sudeste, onde os aumentos são de 33,5% e 16,9%, respectivamente. Em Mato Grosso, os produtores devem destinar 133 mil hectares ao cultivo do grão, um acréscimo de 39,3% em relação à safra passada. A colheita do arroz está estimada em 12 milhões de toneladas, marcando uma recuperação aos níveis de produção de 2017/2018.
“O Brasil caminha para alcançar uma das maiores safras de arroz da história, fruto da dedicação dos nossos produtores e das políticas públicas implementadas pelo governo federal, que apoia produtores de todos os portes”, destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A área plantada com feijão também deverá crescer, passando de 2,86 milhões para 2,88 milhões de hectares. A maior alta é esperada para a primeira safra da leguminosa, com aumento de 2,3%, resultando em uma produção de 947,3 mil toneladas. Ao longo dos três ciclos de cultivo, a produção total de feijão no Brasil deverá atingir 3,26 milhões de toneladas, um avanço de 0,5% em relação à safra anterior.
Os produtores de soja também devem ampliar as áreas destinadas ao cultivo, com um incremento de 2,8% em relação ao ciclo anterior. Apesar do crescimento mais modesto, a produção da oleaginosa está estimada em 166,05 milhões de toneladas. No entanto, o atraso no início das chuvas, especialmente na região Centro-Oeste, tem causado dificuldades no preparo do solo e no plantio.
Para o milho, a Conab prevê uma recuperação na produção, com alta de 3,5%, estimando-se uma colheita total de 119,74 milhões de toneladas. A área cultivada deve permanecer estável, em torno de 21 milhões de hectares. Contudo, a primeira safra do cereal deverá apresentar queda de 1,1% na produção e de 5,4% na área semeada, estimando-se 22,72 milhões de toneladas colhidas em 3,76 milhões de hectares.
O algodão também apresenta perspectivas positivas, com uma elevação de 2,9% na área plantada, totalizando 2 milhões de hectares. A produção de pluma está estimada em 3,67 milhões de toneladas.
A previsão inicial de uma produção de mais de 12 milhões de toneladas para as culturas de inverno não se confirmou, principalmente devido às condições climáticas adversas nas regiões produtoras. A safra de trigo, principal cultivo de inverno, foi reduzida para 8,26 milhões de toneladas. No Paraná, problemas climáticos, como estiagens e geadas, impactaram negativamente o rendimento. Em contrapartida, as condições no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina são mais favoráveis.
Em termos de mercado, a maior oferta de arroz no mercado interno deverá resultar em uma desaceleração nos preços, embora a rentabilidade do produtor deva ser mantida. A produção elevada também possibilitará o aumento das exportações, que podem atingir 2 milhões de toneladas, além de reforçar os estoques de passagem, estimados em 840 mil toneladas.
Para o milho, o foco se volta para a safra de verão na América Latina, especialmente no Brasil e na Argentina, que devem reduzir as áreas plantadas neste ciclo inicial. Essa menor oferta sul-americana pode resultar em uma recuperação dos preços no mercado internacional. As exportações de milho do Brasil estão projetadas em 34 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, com a demanda interna se mantendo aquecida, impulsionada pela produção de proteína animal e de etanol.
No mercado da soja, as exportações deverão alcançar 105,54 milhões de toneladas em 2025, impulsionadas pela crescente demanda mundial, especialmente da China. Já os estoques finais de soja estão estimados em 4,16 milhões de toneladas. Em relação ao trigo, as adversidades climáticas no Paraná e em outras regiões produtoras globais, além de tensões geopolíticas, têm contribuído para a valorização do cereal no mercado interno.
Mais detalhes sobre o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 e as condições de mercado estão disponíveis no portal oficial da Conab.
Fonte: Portal do Agronegócio
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