Publicado em: 06/02/2023 às 17:20hs
Necessidade da diversificação de cultivares na cadeia produtiva da maçã no Brasil é o título de um artigo publicado na mais recente edição da revista Agropecuária Catarinense, publicação científica editada pela Epagri. O conteúdo discorre sobre questões ligadas à concentração de cultivo das maçãs Gala e Fuji no Brasil, o que redunda em problemas que envolvem questões práticas desta cadeia produtiva, como período de colheita, por exemplo.
O artigo é assinado pelo pesquisador da Epagri/Ciram, Gabriel Berenhauser Leite, e pelos pesquisadores Marcus Vinicius Kvitschal e Marcelo Couto, da Estação Experimental da Epagri em Caçador. Os autores expõem que, atualmente, cerca de 95% da maçã produzida no país provém dos cultivares Gala e Fuji e seus mutantes. “Isso tem provocado diversos problemas no meio produtivo, como concentração de colheita, necessidade de mão de obra em apenas duas épocas e aumento do custo de produção, por exemplo”, relata o documento.
O Brasil produz pouco mais de um milhão de toneladas de maçãs por ano, em média. Quase toda essa produção é concentrada nos três estados da Região Sul. Mas nas últimas décadas o sistema produtivo sofreu um drástico estreitamento na base genética dos seus cultivos. Além dos riscos crônicos inerentes à vulnerabilidade genética da espécie, os cultivares Gala e Fuji sofrem com a falta de adaptação climática à maioria das regiões produtoras de maçãs. O artigo afirma que nem mesmo o uso de tecnologia garante solução para essa questão.
“A logística de uso da mão de obra, que representa um pouco mais de 50% do custo total de produção, também é um grave problema que afeta essa cadeia produtiva”, alerta o artigo. Os autores relatam que, gradualmente, a disponibilidade de mão de obra para fruticultura tem se tornado escassa, desqualificada e com custo elevado.
O artigo está subdivido em seções que tratam do cenário atual da cadeia produtiva e as suas dificuldades, cultivares disponíveis, necessidade de mudanças de cenários no setor da maçã do país, e visão de futuro.
Fonte: CIRAM EPAGRI
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