Publicado em: 08/05/2024 às 10:55hs
As recentes enchentes no estado do Rio Grande do Sul estão causando sérios prejuízos ao setor agrícola, com consequências que vão muito além das fronteiras estaduais. Carlos Cogo, Sócio-Diretor de Consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio, destaca os impactos das inundações nas principais culturas do estado.
Para a produção de soja, o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor do Brasil, está enfrentando uma situação crítica. Com 70% da área total já colhida, as enchentes interromperam os trabalhos, deixando cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas de soja em risco. Esta parte não colhida representa aproximadamente 5% da safra nacional estimada, o que pode impactar diretamente as cotações futuras, mantendo os preços em níveis elevados.
A situação é igualmente preocupante para o arroz, uma cultura vital para o Rio Grande do Sul. Com 78% da área de arroz da safra 2023/2024 já colhida, os 22% restantes, o equivalente a cerca de 200 mil hectares e 1,6 milhão de toneladas, estão ameaçados pelas chuvas e inundações. Segundo Cogo, essa quantidade significativa pode gerar um déficit no suprimento nacional do grão em 2024.
O milho também enfrenta desafios significativos. Devido ao excesso de chuvas, a colheita da safra de verão foi interrompida, afetando cerca de 83% da área cultivada. Os 27% não colhidos representam 220 mil hectares e 1,4 milhão de toneladas, colocando em risco cerca de 6% da safra nacional estimada para o ano.
Além dos problemas relacionados às lavouras, as enchentes também impactam a cadeia produtiva de carnes. Com estradas bloqueadas, o acesso a rações e o transporte de animais e insumos para os frigoríficos foram prejudicados, complicando a programação de abates e afetando a produção de carne no estado.
Esses desafios reforçam a vulnerabilidade do setor agrícola frente a eventos climáticos extremos e destacam a necessidade de estratégias eficazes para mitigar impactos futuros. Com a agricultura sendo um dos pilares da economia do Rio Grande do Sul, a recuperação dos prejuízos causados pelas enchentes será fundamental para garantir a segurança alimentar e a estabilidade econômica do estado e do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
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