Publicado em: 16/01/2025 às 19:40hs
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelou que uma parcela significativa de produtores agropecuários não planeja buscar crédito para a próxima safra. Entre os 514 entrevistados, 29% dos agricultores e 35% dos pecuaristas declararam não ter intenção de solicitar financiamento, optando por utilizar recursos próprios. As principais razões para essa decisão são os custos elevados e a burocracia envolvida no processo de obtenção de crédito.
De acordo com o levantamento do Monitor de Tendências do Agronegócio Brasileiro, 54% dos entrevistados apontaram as altas taxas de juros como o maior obstáculo, enquanto 23% mencionaram as exigências burocráticas e a demora na aprovação como barreiras significativas.
Apesar das dificuldades, a pesquisa revelou que uma parcela expressiva dos produtores utilizou algum tipo de financiamento na safra passada: 69% dos agricultores e 52% dos pecuaristas buscaram crédito, principalmente para a aquisição de insumos e equipamentos. Entre as fontes de financiamento, destacaram-se bancos oficiais (33%), bancos privados (17%), revendas (15%) e cooperativas de crédito (13%).
O custo inicial elevado e as condições de crédito também têm dificultado a ampliação do uso de tecnologias no agronegócio. Segundo o estudo, 58% dos produtores se identificam como adotantes intermediários, ou seja, aguardam o resultado da aplicação por outros antes de investir em novas tecnologias. Outros 20% são considerados pioneiros, adotando inovações antes de sua popularização, enquanto 19% preferem aguardar até que as tecnologias sejam amplamente utilizadas.
Na agricultura, as áreas de maior investimento em tecnologia são a análise de dados e o uso de bioinsumos. Já na pecuária, os pecuaristas destacaram a nutrição animal como prioridade.
Entre os agricultores, as prioridades de investimento incluem calcário (18%), defensivos agrícolas (79%) e um menor foco em máquinas e equipamentos (23%). A irrigação não está entre os investimentos prioritários para 75% dos entrevistados.
Os pecuaristas, por sua vez, demonstram interesse crescente na reforma e recuperação de pastagens (28%) e tendem a manter os investimentos em concentrados nos mesmos níveis da safra anterior (70%).
O Monitor de Tendências do Agronegócio Brasileiro foi encomendado pela Fiesp ao instituto Kynetec Brasil, com o objetivo de compreender padrões de comportamento, expectativas e tendências dos agentes do setor. Foram entrevistados produtores de diferentes portes e culturas, incluindo grãos, cana-de-açúcar, café e pecuária, considerando sua representatividade no valor bruto da produção agropecuária.
Além de mapear o cenário atual, o estudo visa identificar necessidades para a formulação de políticas públicas e subsidiar o planejamento estratégico das agroindústrias brasileiras.
Fonte: Portal do Agronegócio
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