Publicado em: 12/11/2020 às 10:00hs
Pães, bolachas, massas e bolos são alguns dos muitos alimentos que têm o trigo na sua composição. Presente na mesa de muitos brasileiros, a estimativa é que, em 2020, haja um consumo recorde de trigo no país: um total de 12,513 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Brasil, cada pessoa consome, em média, 40,62 kg de trigo por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).
Reposição vitamínica, melhora no sistema imunológico e flora intestinal estão entre os benefícios desse alimento para a saúde da população. A nutricionista e professora da Universidade Positivo, Mariana Etchepare, afirma que o trigo é uma das principais fontes de energia nas refeições. “Por ser rico em carboidratos, todos os alimentos à base de trigo são uma das principais fonte de energia. Temos a farinha de trigo branca, integral e o farelo de trigo que contém proteína e ferro, bastante usado por quem tem diabete e colesterol alto. A ausência do trigo pode trazer problemas para a saúde, como o cansaço constante, alteração no sono e perda de massa magra”, afirma.
Além do valor nutricional, a qualidade do trigo também é essencial para compor uma refeição saudável e saborosa. “Com uma farinha dita tradicional, você consegue fazer qualquer tipo de alimento oriundo do trigo, mas a qualidade final sempre é perceptível, seja pela dona de casa ou por uma empresa do ramo alimentício. Cada tipo de farinha de trigo tem seu mercado indicado e seu grau de pureza”, explica o coordenador de negócios do moinho de trigo da Unium, Cleonir Vitorio Ongaratto.
Mesmo com tantos benefícios para a saúde, o trigo tem sido visto como um vilão por pessoas que decidem cortar o alimento da dieta com a ideia de estabelecer uma alimentação saudável e perder peso. Um dos motivos seria o glúten, uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio. A nutricionista explica que o glúten tem um papel importante na parte tecnológica da produção do alimento, dando estrutura e viscosidade, mas que tem sido evitado de forma precipitada. “Muitas pessoas acham que o glúten engorda ou faz mal para a saúde, mas isso não é verdade. Ele faz parte da produção dos alimentos, para que o produto seja mais coeso, por meio da gliadina e da glutenina. Mas a falta de informação e as dietas sem prescrição médica têm feito com que as pessoas cortem o trigo para evitar o glúten, o que pode afetar negativamente a saúde da população”, diz a especialista.
Até os números refletem essa realidade. Uma pesquisa realizada pela Euromonitor aponta que os produtos sem glúten têm a maior previsão de crescimento no Brasil até 2022, com aumento nas vendas estimado entre 35% e 40% ao ano. A nutricionista ressalta que o trigo e, consequentemente, o glúten, só deve ser retirado da dieta em casos de alergia ou recomendação de um especialista. “O problema é que muitas pessoas não possuem uma restrição para o glúten e estão cortando o alimento de forma inadequada. O glúten não é um vilão e deve ser evitado apenas por quem tem essa restrição, quem realmente não pode consumir. E, para isso, é preciso realizar um exame e ter o diagnóstico de um nutricionista”, diz Mariana.
Fonte: Central Press
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