Publicado em: 09/06/2022 às 13:20hs
Na atualidade, esse conceito vai além de garantir que a produção de alimentos cubra a demanda nacional, tendo ramificações nas mais diversas esferas do cenário geopolítico mundial. Permeando conquistas e desafios, a garantia da produção de alimentos global ainda guarda aspectos pouco conhecidos pelo público geral, mas que influem diretamente no dia a dia de todos. Veja só cinco fatos importantes, que você talvez desconheça, sobre a segurança alimentar e a produção de alimentos:
O conceito de segurança alimentar nasceu no século XX, na Europa, durante a Primeira Guerra Mundial. Os conflitos e a escassez desse período evidenciaram a importância do cuidado com o controle da produção e do fornecimento de alimentos. As experiências vivenciadas durante a guerra passaram a despertar uma necessidade complexa – as nações deveriam estar aptas a produzir e abastecer, por conta própria, alimentos para suprir a demanda nacional.
A segurança alimentar também tem como objetivo assegurar que a produção de alimentos garanta a nutrição da população mesmo em face a ameaças biológicas, físicas e químicas. Essa política, bem como suas ações, é a chave para garantir a sustentação e a vida dessa e das próximas gerações. Quando a segurança alimentar é priorizada, a fome e a escassez se tornam ameaças cada vez mais distantes.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que integra a ONU, está envolvida na proteção dos Direitos Humanos, visando os parâmetros que dizem respeito à nutrição e à produção agrícola. Com isso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê o Direito à Alimentação a todos os seres humanos. Endossado por todos os países há mais de sete décadas, o documento busca erradicar a subnutrição e salientar a alimentação como condição básica à vida humana.
A segurança alimentar é uma das mais importantes ferramentas para assegurar esse direito. Por meio da manutenção da produção suficiente de alimentos para a população, é possível garantir que não falte alimento no mercado nacional e global, além de priorizar a qualidade dos produtos que chegarão ao consumidor final.
Os efeitos devastadores de conflitos armados, como o que acontece atualmente entre Rússia e Ucrânia, afetam a produção e a distribuição de alimentos, e, por consequência, até mesmo o preço dos produtos em regiões não envolvidas. A guerra representa uma ameaça às colheitas básicas das principais regiões europeias que produzem grãos. Essa situação tem impacto direto no mercado de alimentos, agravando a inflação desses itens. Atualmente, segundo as Nações Unidas, os custos globais dos alimentos – já recordes – podem ter um acréscimo de 22%.
Além disso, o conflito gera um impasse no comércio de insumos agrícolas. A redução das exportações de fertilizantes oriundos da Rússia é alarmante, ameaçando os ciclos produtivos de grande parte das nações. O aumento do preço do petróleo, fundamental em inúmeros processos da produção agrícola, também têm gerado preocupação aos produtores rurais. Todos esses aspectos colocam a produção de alimentos global em uma conjuntura delicada, agravada ainda mais pela tensão gerada pela guerra.
Os países latinos, especialmente nos últimos anos, têm desempenhado um papel fundamental na garantia à segurança alimentar global. Ainda segundo a FAO, a América Latina e o Caribe são os pilares da segurança alimentar mundial. Os dados da organização apontam que as regiões são responsáveis por cerca de 14% de toda a produção alimentar mundial, além de terem uma participação de 45% no comércio agroalimentar internacional.
A América Latina é uma das principais regiões produtoras e exportadoras de alimentos do mundo. A produção proveniente desses países poderia, inclusive, suprir toda a população latina, mas a região também é um dos principais players na exportação desses produtos.
Em 2014, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Global Harvest Initiative divulgaram um relatório sobre a produção alimentar na América Latina. A expectativa das organizações é que, com condições climáticas ideais, solos férteis e vasta área produtiva, a América Latina se consolide como o próximo celeiro global de produção de alimentos.
Vinícius Melo, que é Diretor Comercial da Valley, líder mundial em Irrigação de Precisão, salienta que o potencial produtivo dos países latinos é maximizado com o auxílio da irrigação. “A América Latina é o único lugar do mundo em que se conseguem cinco safras em dois anos. Isso se deve especialmente ao clima úmido, que é um grande aliado da irrigação. Em outros lugares, a irrigação contribui para um aumento de produtividade, mas não chega a tantas safras nesse mesmo período”, conclui.
Uma mesma área pode produzir 30% mais com ajuda da irrigação. Em meio a um cenário conturbado, que impõe diversos obstáculos à produção de alimentos e à manutenção da segurança alimentar mundial, as tecnologias de irrigação representam uma alternativa de grande valor para potencializar a produtividade das lavouras ao redor do mundo, garantindo que o alimento chegue à mesa de toda a população global.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a agricultura irrigada representa 17% da agricultura e produz aproximadamente 40% da produção de alimentos do mundo. Os irrigantes possibilitam driblar as limitações físicas para o crescimento da agricultura e produzir mais em menos tempo. Com a intensificação dos investimentos em irrigação e a ampliação da área irrigada mundial, o retorno é uma produção cada vez maior e mais eficiente, contribuindo diretamente para a garantia da segurança alimentar.
Fonte: Na Mídia Assessoria
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