Publicado em: 26/07/2013 às 10:20hs
Em uma sessão típica de sexta-feira, os futuros da soja operam com oscilações pouco expressivas e sem uma direção definida na Bolsa de Chicago. Por volta das 8h (horário de Brasília), o mercado da oleaginosa trabalhava em campo misto, com variações que passavam ligeiramente de 1 ponto. O milho registrava leves baixas e o trigo com altas de pouco mais de 6 pontos nos vencimentos mais negociados.
A soja vem tentando manter-se próxima da estabilidade após três dias consecutivos de significativas baixas. Os investidores parecem buscar um melhor posicionamento com a proximidade do final de semana e depois de movimentos intensos nos últimos pregões.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira (25):
Com retração das compras e clima favorável nos EUA, soja tem forte baixa na CBOT- A soja fechou a sessão regular desta quinta-feira (25) em queda pelo terceiro dia consecutivo na Bolsa de Chicago. As principais posições negociadas no mercado futuro recuaram mais de 30 pontos, com o vencimento agosto fechando o dia a US$ 13,55 por bushel e o novembro/13 a referência para a safra norte-americana, a US$ 12,24.
O recuo dos preços nos últimos dias vem sendo justificado por uma menor euforia no mercado físico norte-americano. Os produtores norte-americanos, nos últimos dias, aproveitaram os recentes bons preços, negociando a soja a valores acima dos US$ 16 no mercado físico, para reduzirem o volume de soja da safra velha que ainda tinham em mãos.
Os sojicultores americanos também foram incentivados a vender frente às boas expectativas sobre o desenvolvimento da safra nova nos EUA projetanto uma grande produção, provocando não só uma pressão nos preços do grão, como também no farelo de soja - que há três vem trabalhando no no limite de baixa - e mais ainda nos prêmios norte-americanos.
"Os prêmios internos [nos EUA] implodiram", disse o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos. "O mercado já precificou o aperto nos estoques e esse era o motivo que estava segurando o contrato agosto, assim, com essa forte queda dos prêmios, os preços já não tinham mais motivo para estar onde estavam", afirma. "Muitos esperavam a definição do clima, pois acreditavam que, se tivéssemos algum problema, isso poderia sustentar os vencimentos referentes à safra nova e, consequentemente, ter um bom reflexo no agosto", completou.
Com essas últimas compras feitas pelos compradores locais, as indústrias conseguiram alongar por alguns dias os seus estoques e entrar em uma situação mais confortável do que a que vinha sendo registrada há algumas semanas, mantendo-se abastecidas por cerca de duas a três semanas. Assim, conseguiram reduzir seu ritmo de oferta de compras, exercendo pressão sobre o cenário de preços no mercado físico, o qual foi prontamente refletido nas cotações de Chicago.
"Diminui o prêmio do processador, o prêmio do elevador, que diminui o prêmio em porto, o que faz as cotações caírem", explicou o analista de mercado da Agrinvest João Schaffer.
Entretanto, o analista ressalta que há uma grande participação dos fundos especuladores nos negócios, o que acaba fazendo com que os movimentos do mercado, tanto de alta quanto de baixa, possam ser exagerados. Além disso, diz ainda que "muitos investidores compraram o contrato agosto e venderam novembro - e agora estão tendo que liquidar o spread, fazendo exatamente o oposto", afirma Dejneka.
Outro fator que ainda pesa sobre os preços da soja no mercado futuro internacional são os boatos de que a China estaria liberando cerca de 3 milhões de toneladas de suas reservas estatais. A entrada dessa oferta também poderia desestimular novas compras dos compradores chineses. Para Dejneka, esses boatos fazem sentido, uma vez que trata-se de um produto de 2010 e precisa ser utilizado o quanto antes.
Fonte: Notícias Agrícolas
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