Publicado em: 24/09/2013 às 19:20hs
O mercado fechou o pregão eletrônico com ganhos de dois dígitos para os primeiros vencimentos e, na sessão regular, por volta de 12h (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 5,25 e 8,50 pontos.
Para Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, essa alta do mercado reflete um movimento técnico de correção dos preços depois das últimas quedas, as quais têm sido estimuladas pelo início da colheita da nova safra dos Estados Unidos. "O mercado precisa respirar. Na minha opinião, esse movimento de hoje do mercado é uma respirada para alocar posições, é um momento técnico", explica.
O mercado, segundo o consultor, passa por um momento de pressão sazonal em função desse início e evolução da colheita norte-americana. No entanto, acredita se tratar de uma baixa pontual, uma vez que, mais a frente, os negócios devem voltar a se focar na quebra de safra registrada nos Estados Unidos, a qual deverá resultar em estoques menores no país, e na firme e aquecida demanda mundial pela oleaginosa.
A posição atual dos fundos também acaba favorecendo a baixa dos preços, diz Fernandes. "Os fundos têm uma posição de cerca de 17 milhões de toneladas compradas e uma hora eles terão que realizar lucros dessas posições, pelo menos de parte delas, e esse momento, geralmente, é na colheita", explica o consultor.
Por outro lado, há analistas que acreditam que os avanços de hoje já começam a refletir o real efeito que tiveram as chuvas dos últimos dias no Meio-Oeste americano. Nesta segunda (23), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que 50% das lavouras norte-americanas estão em boas ou excelentes condições, mesmo número apresentado há uma semana.
"O número não mudou em uma semana e isso, somado às incertezas sobre o real tamanho da área de plantio dos EUA dá suporte aos preços da soja", disse um analista internacional à agência de notícias Bloomberg.
Ao contrário da soja, os futuros do milho e do trigo na CBOT operam do lado negativo da tabela. No entanto, ambos os mercado registram ligeiro recuo.
No caso do milho, os números para as lavouras em condições boas/excelentes tiveram um pequeno ganho, passando de 53 para 55%, e isso, de acordo com alguns analistas, poderia estar pressionando o mercado.
Além disso, o avanço da colheita também está sendo observado. Apesar de atrasado em relação ao ano passado e à média dos últimos anos, a evolução dos trabalhos de campo pesam sobre o mercado. Em uma semana, o percentual de área de milho colhida nos EUA passou de 4 para 7%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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