Publicado em: 24/09/2013 às 12:40hs
Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, em vez de ficar mais barato, o dólar teria se valorizado, acomodando-se em até R$ 2,70, caso se tivesse cumprido a profecia de parte do mercado, para quem o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciaria na quarta-feira passada a suspensão da política de injeção de recursos na economia do país.
O dólar além de R$ 2,50 colocaria em risco o cumprimento do teto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 6,5%, pela influência generalizada da moeda norte-americana nos preços de produtos importados, ou dos que são produzidos aqui e vendidos para fora.
Nesse cenário, o aumento da gasolina seria pouco provável. A expectativa de Solange e de alguns analistas é de que as medidas de estímulo do Fed se mantenham até dezembro, o que contribuiria para segurar a cotação do dólar em relação ao real. Nessas condições, segundo ela, é possível elevar o preço da gasolina em algo entre 8% e 10%, o que provocaria aumento de aproximadamente 0,2 ponto percentual no IPCA.
O reajuste neste momento teria um benefício extra: evitar um aumento no início de 2014, quando haverá outros fatores de pressão nos preços. “É melhor ter um pouco mais de inflação neste ano e menos no próximo”, explicou Solange Srour. Para o economista e diretor de gestão da Vetorial Asset, Pedro Paulo Silveira, a desaceleração da carestia e o aperto de caixa da Petrobras aumentam as possibilidades de reajuste neste momento.
Segundo o economista David Zylbersztajn, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), seria necessário elevar 30% no preço do combustível para recuperar a defasagem de preços que prejudica a Petrobras. Zylbersztajn acredita, porém, que o reajuste ficará bem abaixo disso, em torno de 10%.
“Isso não vai resolver os problemas de caixa da empresa, apenas vai reduzir as perdas”, afirmou.
Fonte: Jornal Estado de Minas
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