O Brasil ocupa uma posição de destaque na agenda global de descarbonização, especialmente no setor de biocombustíveis, consolidando-se como protagonista no avanço da economia de baixo carbono. Às vésperas de sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), o país apresenta um conjunto expressivo de oportunidades sustentáveis que, além de mitigar emissões de gases de efeito estufa, impulsionam a criação de empregos e o crescimento econômico.

Produzidos a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar, soja e milho, os biocombustíveis surgem como alternativa mais sustentável aos combustíveis fósseis, uma vez que o cultivo das plantas utilizadas no processo contribui para a captura de CO₂ da atmosfera.

Crescimento econômico e empregos

O setor de bioenergia movimentou US$ 320 bilhões em 2023, representando 10% da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global. Especificamente no segmento de biocombustíveis, foram gerados 2,8 milhões de novos postos de trabalho, dentro de um crescimento geral de 18% que resultou na criação de 16,2 milhões de vagas em todo o setor.

Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda global por biocombustíveis deve crescer 22% até 2027. Essa tendência reforça a posição estratégica dos países do sul global — em especial o Brasil — por suas condições climáticas e potencial agrícola amplamente favoráveis à produção de bioenergia.

Inovação e diversificação energética

O Brasil vai além da produção de biocombustíveis convencionais. O país tem investido em alternativas tecnológicas e sustentáveis, como os eletrocombustíveis — obtidos a partir do hidrogênio verde — e o biometano, um biocombustível derivado do biogás. Essas inovações se integram ao modelo de economia circular e oferecem soluções de baixo impacto ambiental para diferentes setores, incluindo o de transporte marítimo.

Outra frente promissora é a produção de combustível sustentável para aviação, que visa acelerar a descarbonização do setor aéreo. Com esses avanços, o Brasil reforça sua posição de liderança na transição energética global, destacando-se como referência internacional no desenvolvimento de uma economia verde e sustentável.