Publicado em: 30/03/2020 às 00:00hs
Nunca fomos tão desafiados a pensar e agir rapidamente para prezar, simultaneamente, pela proteção dos nossos colaboradores, clientes e sociedade. Como sabemos, nosso segmento de saúde e proteína animal tem vivenciado uma fase de desafios constantes, mas também de rápida capacidade de resposta, o que tem refletido em seu amplo crescimento. Acredito que nesse momento precisamos ter um olhar microscópio, para que com calma e sabedoria tomemos as melhores decisões para proteger nossos colaboradores, seus familiares e, por meio da manutenção de fortes laços com nossos clientes, façamos a nossa parte com a sociedade.
Mas, como líderes, precisamos também ter uma visão de telescópio para começar a fortalecer nosso futuro desde já. Não existe nenhuma dúvida que o caminho a ser percorrido no nosso segmento será desafiador, porém, acredito que será muito promissor, já que o Brasil está realmente preparado para tornar esse cenário uma oportunidade para evoluir.
Se você está se perguntando sobre qual será a fórmula para tal evolução, eu digo: conectividade, garra e, principalmente, a consciência de que cada vez mais precisaremos investir na força da inovação como fator decisivo para nossa recuperação - independente do setor atuante. Essa é a principal ponte que nos conduzirá a transformar positivamente nós mesmos como indivíduos, a organização, a sociedade e, consequentemente, o país.
Esse foi um dos aprendizados que eu trouxe em fevereiro quando realizamos a primeira edição do MSD Innovation Summit, no Vale do Silício, com o objetivo de entender a importância da inovação para o desenvolvimento num cenário cada vez mais desafiador, incerto, competitivo e globalizado. Lá, começamos a refletir sobre o porquê do Vale ter dado certo, quais lições podemos aprender com aquele polo tecnológico e qual a diferença para tantas outras cidades ao redor do mundo que também vem apostando em inovação.
Depois de uma semana de imersão e contato com diversos cases de sucesso nascidos na região, concluí que o que torna o Vale tão especial é a conectividade e o comportamento das pessoas. As pessoas estão conectadas, independente da empresa em que trabalham, área de atuação ou cargo que ocupam. No Vale do Silício não existe concorrência, existe conexão. Na região onde foram criadas empresas como Apple, Facebook e Google não existe a palavra impossível, tudo pode acontecer, não há barreiras para criar soluções que façam diferença na vida das pessoas.
A exemplo de como os profissionais do Vale do Silício pensam e agem, é primordial não esperar que a inovação bata a sua porta. Comece por você, mude, reinvente-se, inove diariamente. Como? Mudando o mindset, sua maneira de pensar e de se comportar.
Pensando em tudo isso, tenho a certeza que podemos usar isso para vencer mais esse desafio e sair dele mais fortes, mais unidos. Mas, para isso, precisamos usar o momento para rever e mudar nosso comportamento como indivíduos, como líderes, como organização e como nação. Precisamos sair do modo guardar informações para o compartilhar, do controlar para o empoderar, do planejar para o experimentar, do saber para o aprender e sair do silo para fazer netwotking – lembre-se: ninguém vive numa bolha e, infelizmente, o Covid-19 nos lembrou disso.
Daniel Pink, no livro Motivação 3.0, diz que o controle leva à obediência, mas a autonomia leva ao engajamento que, naturalmente, leva à excelência. Concordo plenamente com ele! E esse é o tipo de pensamento que nos leva à inovação e à capacidade de acompanhar a evolução do mundo globalizado.
Minha visita ao Vale do Silício deixou claro três pilares para essa evolução: conhecimento é a base de tudo. Se você quer se reinventar, se quer falar de inovação, leve conhecimento para sua equipe. Cultura: é o principal ativo de transformação de qualquer organização. Se você quer implementar inovação dentro da sua empresa, tenha certeza que isso só será possível se a sua companhia tiver uma cultura forte e aberta a isso. Ecossistema: reforça o que já disse anteriormente, você não conquista nada sozinho. E, além disso, acredito que mais importante do que tudo isso é continuar investindo e acreditando no ser humano e em todo o seu potencial.
Observei também que o Vale do Silício possui dois tipos de gênios: o padrão, aquele que é vital para uma organização, já que possui estrutura, foco e execução, e o rebelde, que é questionador e busca a excelência. Além disso, a maioria das organizações da região possui chefe de cultura, chefe de inovação e chefe de solucionar problemas. Reparem, as empresas do Vale adoram problemas e acreditam que encontram neles e nas dificuldades os caminhos para o crescimento. Independentemente do que acontecer, o Vale faz dar certo. Independentemente de tudo, faremos dar certo aqui, como sempre fizemos.
No Vale do Silício, profissionais apáticos, parados no tempo e que não mudam são conhecidos como blockers, pessoas que tentam impedir o modo inovador de pensar. Não deixe que isso aconteça na sua companhia. Não deixe que o atual momento desafiador se torne um blocker. Mindset de crescimento é um exercício diário. Pratique, incentive e não se detenha por nada. Reinvente-se. O sucesso no trabalho será fruto da nossa própria metamorfose profissional e pessoal. Assim que o Coronavírus passar, saia do escritório e observe o mundo para inovar. Queremos ser pessoas que pensam exponencialmente e este é o tipo de profissional que faz as empresas serem inovadoras. Esse é o perfil de indivíduo que fará a diferença depois desse momento.
Precisamos e seremos capazes de nos transformar, e é essa a mensagem mais importante, entre todas que passei aqui. Basta você querer, é possível. Seja um dos dois gênios do Vale, o padrão ou o rebelde. Ambos carregam a importância da inovação e a vontade de fazer dar certo. Você dará certo! Acredite! Se arrisque! Sairemos dessa muito menos analógicos, mais digitais e, principalmente, muito mais humanos!
Delair Bolis é presidente na MSD Saúde Animal e do Sindan - Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal.
Fonte: Ketchum
◄ Leia outros artigos