Publicado em: 25/01/2022 às 13:35hs
A demanda global por carnes está firme e o Brasil foi destaque no suprimento de proteínas animais. Em 2021 o país foi o principal exportador das carnes bovina e de aves. Com relação à carne suína, ocupou o quarto lugar (USDA).
As exportações estiveram firmes em 2021, apesar da pressão causada pela recomposição parcial do plantel suíno chinês e dos casos isolados de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) atípicos no Brasil.
Os embarques de 2021 estão entre os melhores resultados dos últimos anos. Destaque para as carnes de aves e suínas, com volumes recordes exportados.
O faturamento com as exportações de carne de aves em 2021 foi de US$6,95 bilhões, 25,2% maior que em 2020.
No acumulado do ano, foram embarcadas 4,25 milhões de toneladas de carne de aves, incremento de 7,8% frente a 2020. A demanda aquecida resultou no melhor desempenho para as exportações do setor nos últimos anos (figura 1).
Figura 1. Exportações anuais brasileiras de carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, em milhões de toneladas.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
Diferentemente das outras proteínas (bovina e suína), houve maior diversificação de destinos, diminuindo a dependência do setor.
A relação comercial se deu principalmente com a China (18%), Japão (12%), Emirados Árabes Unidos (10%), Arábia Saudita (9,4%) e África do Sul (3,1%).
As notícias de influenza aviária em países produtores devem motivar os negócios em 2022, visto que o Brasil possui notória biosseguridade no setor avícola.
Em 2021, foram embarcadas 1,02 milhão de toneladas de carne suína in natura, volume 12,7% maior que em 2020, quando foram embarcadas 901 mil toneladas (figura 2). O faturamento do setor teve incremento de 16,7% e ficou em US$2,47 bilhões.
Figura 2. Exportações anuais brasileiras de carne suína fresca, refrigerada ou congelada, em milhões de toneladas.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
A China foi responsável por 52% do faturamento do setor no ano, seguida por Hong Kong (11%), Chile (6,1%), Singapura (4,6%), Argentina (3,9%) e Vietnã (3,9%).
Apesar da redução das compras chinesas, decorrente do retorno parcial da produção local, a procura continuou forte, mantendo o cenário positivo para as exportações brasileiras de carne suína em 2021.
O surgimento de casos de peste suína africana (PSA) em outros países e a abertura de novos mercados podem beneficiar as exportações neste ano.
Em 2021 as exportações de carne bovina in natura caíram 9,5%, com 1,56 milhão de toneladas embarcadas frente ao recorde obtido em 2020, com 1,72 milhão de toneladas. O desempenho caiu por causa da suspensão das exportações para China após a confirmação dos casos atípicos de “vaca louca” no Brasil. Ainda assim, foi o terceiro melhor ano em relação ao volume exportado (figura 3).
Figura 3. Exportações anuais brasileiras de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, em milhões de toneladas.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
Apesar da queda, em 2021 o faturamento com o mercado externo melhorou 7% em relação a 2020, faturando US$7,97 bilhões.
A China, apesar da interrupção da exportação, respondeu por 49% do faturamento da carne exportada no ano, seguida por Hong Kong, Chile, Estados Unidos e Egito.
Com o anúncio da retomada da exportação para a China em dezembro e ao aumento da exportação para outros mercados, a expectativa é de que as exportações de carne bovina in natura superem o desempenho de 2021.
Alcides Torres é Engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.
Amanda Skokoff é analista de mercado da Scot Consultoria.
Fonte: Scot Consultoria
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