Publicado em: 20/03/2013 às 18:40hs
Boa parte dos investimentos do setor florestal está migrando das regiões sul e sudeste para as regiões centro-oeste e nordeste.
Pelo menos é esta análise apresentada por Jefferson Bueno Mendes, diretor de consultoria da Pöyry Silviconsult, devido aos plantios e instalações industriais que estão ocorrendo no Mato Grosso do Sul e na região do Mapito, que envolve os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins.
Apesar desta tendência, Mendes deixa claro que os investimentos nas regiões sul e sudeste não estão estagnados. “Muito pelo contrário, o que está havendo é um processo de desenvolvimento em escala maior e estamos aproveitando a vastidão do nosso País e as boas terras que temos para o cultivo de florestas”, esclarece Mendes.
Jefferson destacou ainda – durante palestra na 6ª edição do Timberland Investing Latin America Summit - que o setor vive um dilema quanto aos custos, principalmente porque a inflação no setor ficou em 9,8%, enquanto a média nacional não passou de 6,6%.
Apesar da preocupação com o aumento de custos em vários insumos e da valorização do real diante do dólar, Jeferson Mendes afirmou que o pior já passou com a crise de 2008, que acabou afastando investimentos não apenas no setor florestal brasileiro, mas em todos os pilares da economia de países ricos e pobres.
Hoje, o Brasil tem uma área plantada com florestas que chega a 7 milhões de hectares. Deste total, 93% são compostos por eucaliptos e os 7% restantes aglomeram-se outras espécies com pinus, teca e outros tipos de madeira nobre.
De acordo com Jefferson Mendes, o Brasil vem se fortalecendo no setor florestal em diversas cadeias produtivas. Na celulose, por exemplo, cresce a uma média de 4,6% ao ano com o Estado do Mato Grosso do Sul fazendo a diferença.
Mesmo com alta de preços em quesitos importantes como máquinas, equipamentos e fertilizantes, Jefferson Mendes diz que o Brasil tem uma boa “carta” nas mãos: o preço nacional é menor que o americano no mercado internacional, mesmo com o dólar caindo diante do real.
“Um problema sério, mas que deve ser contornado, é a venda de terras para estrangeiros. O cenário já foi pior, mas o Brasil está montando grupos com a participação nacional majoritária”, concluiu Mendes.
Fonte: Painel Floresta
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