Publicado em: 05/08/2013 às 13:50hs
Depois de ter prejuízo com a neve, que quebrou milhares de eucaliptos entre os dias 22 e 23 de julho, os silvicultores agora enfrentam outros problemas: o excesso de oferta no mercado e a consequente queda do preço para a venda. Waldemiro Ferrari é um dos 320 produtores de Doutor Pedrinho(SC) que levará um bom tempo para esquecer os danos causados pelo acumulo de gelo nas árvores, que tinham entre quatro e seis anos de idade. Com o peso, os eucaliptos quebraram ao meio e danificaram os que estavam ao lado, como um efeito dominó, onde tudo o que está por perto cai.
No terreno da família Ferrari, o trabalho da semana foi direcionado à retirada dos troncos dos 40 mil pés danificados que, diferente de outras espécies, não produzirão broto. A lenha será comercializada em empresas da região. "Foi bonito de ver, mas é triste o prejuízo que ficou" - relata.
O silvicultor alerta que o problema não é somente a quebra: a grande oferta da madeira já fez com que o preço diminuísse até R$ 10 o metro estéril. Além disso, falta mão de obra para a retirada das toras, já que a mecanizada custaria mais que o valor de venda.
O prejuízo em Doutor Pedrinho está calculado em torno de R$ 15 milhões. Dos 5 mil hectares de eucalipto plantados, 1 mil quebraram.
Secretário de Agricultura do município, Alicio Giacomozzi acredita que o efeito do prejuízo deve ser sentido a longo prazo, já que as árvores seriam comercializadas daqui aproximadamente 10 anos,"Não sei se pode vir a faltar madeira, mas na questão da economia, vai ficar difícil. Os produtores não vão ter o dinheiro que tinham programado para receber lá na frente".
A cidade decretou estado de emergência, para ajudar os cerca de 100 silvicultores com empréstimo bancário. Em conversa com moradores, somente em 1950 havia registro de neve em Doutor Pedrinho.
Engenheiro florestal da Pöyry, empresa paranaense que presta consultoria para o setor, Fernando Geraldi afirma que, embora não haja um levantamento atualizado dos danos nacionais depois da neve, é possível que a perda influencie na oferta do mercado local daqui a alguns anos. Estocar esta madeira que precisou ser recolhida também não é uma opção viável, já que em locais úmidos o tempo de armazenamento deve ser menor que um ano.
Fonte: Diário Catarinense
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