O estudo está avaliando a produção de espécies de árvores nativas e exóticas no distrito de irrigação do Baixo Acaraú para suprir a demanda madeireira do Arranjo Produtivo Local de móveis, de Marco (CE). O dia de campo, que será realizado na área experimental do projeto, contará com a participação de representantes da cadeia produtiva do setor.

Entre as especies testadas, algumas vem apresentando boa adaptação à região, como paricá, acacia mangium, sobrasil, ipê roxo e alguns clones de eucalipto. O estudo objetiva analisar espécies de árvores com maior produtividade e melhor qualidade da matéria-prima. O município de Marco é oitavo produtor do setor no País. As 28 indústrias moveleiras da cidade consomem mensalmente mil metros cúbicos de madeira proveniente das regiões Norte, Sul e Sudeste. A intenção do projeto é avaliar perspectivas de produção de matéria-prima, fortalecendo a principal atividade econômica local.

O projeto é desenvolvido há dois anos pela Embrapa Agroindústria Tropical e pela Embrapa Florestas, unidades descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O desafio dos pesquisadores é selecionar espécies viáveis às condições da região: solo arenoso, clima quente e ventos fortes, que favorecem o tombamento das árvores.

No total, a pesquisa está avaliando 42 espécies de árvores, divididas em quatro grupos: não tradicionais, exóticas, amazônicas e eucaliptos. O projeto vem observando o desenvolvimento das plantas com e sem irrigação. Na segunda fase do projeto, serão selecionadas, para cada grupo de plantas analisado, duas espécies que tiveram melhor desempenho na região.

“A pesquisa representa uma inovação tecnológica para o estado do Ceará. É o estudo pioneiro para o setor moveleiro do estado”, diz a coordenadora do projeto, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical Diva Correia. Segundo ela, a maioria das espécies plantadas é considerada de madeira nobre e de crescimento lento.

A seleção das espécies com boa adaptação às condições do município foi realizada na primeira etapa do estudo. Serão necessários, ainda, testes de validação de manejo, qualidade da madeira e beneficiamento. Segundo a pesquisadora, se a madeira não for de qualidade, podem surgir outras possibilidade de utilização, como uso para produção de energia, para plantios em mata ciliar e de conservação.

A iniciativa conta com recursos da Embrapa, do Banco do Nordeste (BNB) e da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). São, ainda, parceiros da iniciativa o Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), o Dnocs, o Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), organismo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), e a Fabricantes Associados de Marco (Fama).

Os participantes deverão estar às 8h na pousada Zé Maria, ponto de encontro para a saída com destino à área experimental. A pousada fica no Triângulo de Marco – BR 403 – Marco, CE (Telefone (88) 36644061).