Um grupo de especialistas ligados ao Programa de Investimentos em Florestas (FIP, na sigla em inglês), segue em Brasília (DF) até sexta-feira, 17, em missão conjunta com técnicos do governo brasileiro de cerca de 10 órgãos federais, entre eles o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), para discutir o Plano de Investimentos do Brasil para o FIP.

O FIP conta com cerca de 550 milhões de dólares para aplicação em países-piloto, entre eles o Brasil, para o qual estão previstos entre 50 e 70 milhões de dólares. O governo brasileiro elaborou uma proposta de uso dos recursos que é discutida, desde o início da semana, com o grupo.

“Um dos pontos fortes desse Plano de Investimentos é a coordenação entre diferentes ministérios, buscando sinergias e complementariedade entre ações governamentais”, afirma o diretor de Pesquisa e Informação do SFB, Joberto Freitas.

Plano

A proposta brasileira enfoca a promoção do uso sustentável das terras e a melhoria da gestão florestal no Cerrado, a fim de reduzir a pressão sobre as florestas remanescentes, diminuir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar o sequestro de CO2.

Para alcançar esses objetivos, planeja-se investir em quatro ações: a regularização ambiental de imóveis rurais, a produção sustentável em áreas já convertidas para uso agropecuário, a implementação de sistema de monitoramento e alerta para prevenir incêndios florestais e a geração de informações florestais para gestão orientada à conservação e valorização dos recursos do Cerrado.

A geração de informações florestais compreende duas atividades ligadas ao Serviço Florestal, que são o Inventário Florestal Nacional – levantamento, por amostragem, da qualidade e quantidade das florestas no país – e o Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif), que reunirá, na internet, dados sobre características das florestas brasileiras, gestão florestal, ensino e pesquisa, estatísticas de produção florestal e políticas do setor, por exemplo.

Agenda

A semana tem sido marcada por apresentações e debates com o objetivo de aprimorar o Plano de Investimentos do país. Depois que for consolidada, a proposta brasileira será submetida à aprovação do subcomitê do FIP no final de abril. A sociedade civil pode contribuir com sugestões à minuta da proposta brasileira, disponível para consulta na internet, até 5 de março.

O grupo de técnicos do FIP que participa da missão conjunta tem representantes dos países doadores – Reino Unido, Noruega e Alemanha –, além de técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial (Bird).

Pelo lado brasileiro, há especialistas de seis ministérios, que são Meio Ambiente (MMA), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fazenda (MF), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e Relações Exteriores (MRE). Também participam representantes do Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA), Fundação Nacional do Índio (Funai/MJ), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Mapa) e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE).