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Pesquisadores testam inimigo natural do percevejo bronzeado no Rio Grande do Sul e Uruguai

Aconteceu na semana passada, em Guaíba e Alegrete/RS, a liberação do parasitóide Cleruchoides noackae, inimigo natural do percevejo bronzeado


Publicado em: 01/03/2013 às 10:40hs

Pesquisadores testam inimigo natural do percevejo bronzeado no Rio Grande do Sul e Uruguai

Aconteceu na semana passada, em Guaíba e Alegrete/RS, a liberação do parasitóide Cleruchoides noackae, inimigo natural do percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus), praga que chegou ao Brasil em 2008 e tem causado prejuízos em plantios de eucalipto.

A liberação do parasitóide faz parte de um projeto coordenado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF, com a participação da FCA/Unesp, Esalq/USP, Universidade Federal de Viçosa/UFV, Embrapa e empresas do setor florestal, que tem como objetivo pesquisar formas de controle da praga.

As primeiras liberações do parasitóide foram feitas pela FCA/Unesp e IPEF em Minas Gerais e São Paulo e esta nova liberação no Rio Grande do Sul está sendo conduzida pela Embrapa Florestas (Colombo/PR).

O parasitóide inviabiliza o ovo do percevejo bronzeado e, com isso, não nascem novos insetos. Segundo o pesquisador Leonardo Barbosa, da Embrapa Florestas, "a partir da liberação, serão realizadas avaliações mensais para monitorar a presença dos parasitóides na área, sua dispersão e eficiência no controle da praga".

O percevejo bronzeado, inseto nativo da Austrália, tem se dispersado rapidamente e pode causar danos em plantios de eucalipto, com reflexos importantes em uma cadeia produtiva responsável pela matéria prima de diversas indústrias do País: papel e celulose, energia, serraria, entre outros.

A praga é um inseto sugador que, com sua alimentação, reduz a capacidade da árvore realizar fotossíntese. Dependendo da densidade populacional, pode desfolhar de forma parcial ou total a árvore, com a possibilidade de levá-la à morte. As folhas ficam com aspecto bronzeado e, progressivamente, o sintoma afeta toda a copa. Valores estimados indicam, só nas áreas pesquisadas pelo projeto, que a praga está presente em cerca de 100 mil hectares.

Cooperação internacional

Ainda na semana passada, um lote do mesmo parasitóide foi encaminhado ao Uruguai, país que também tem contabilizado prejuízos com o percevejo bronzeado. Pesquisadores Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA - estiveram na Embrapa Florestas para entender a multiplicação do parasitóide para, então, trabalhar no combate ao percevejo bronzeado também em seu País. A primeira liberação no Uruguai deve acontecer na primeira quinzena de março.

O envio do material só foi possível porque um dos principais problemas a serem superados nesta fase da pesquisa é a criação massal do parasitóide, o que tem sido conseguido com sucesso no Laboratório de Entomologia da Embrapa Florestas desde outubro de 2012. Toda tramitação seguiu normas internacionais de transferência de material.

Esta atividade faz parte de projetos colaborativos em que a Embrapa está envolvida no Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul – Procisur e Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul – Cosave.

Fonte: Pauinel Florestal

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