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Os cuidados nas novas fronteiras silvícolas

Estados como Maranhão, Piauí e, principalmente, Tocantins oferecem a empreendedores e empresas florestais novas oportunidades


Publicado em: 05/06/2012 às 15:50hs

Os cuidados nas novas fronteiras silvícolas

O notório crescimento das áreas de florestas comerciais, embasado pela necessidade global de seus produtos diretos e indiretos e impulsionado, principalmente, pela inserção de novos investidores no processo produtivo, retrata o momento oportuno da silvicultura nacional.

Nesse empolgante cenário, o desenvolvimento de novas regiões se torna imprescindível para que se sustente o crescimento da nossa base florestal. Casos como o oeste da Bahia, o Mato Grosso do Sul e o norte de Minas Gerais são exemplos de regiões onde a atividade florestal se desenvolveu fortemente nesses últimos anos.

A disponibilidade de áreas, a valores acessíveis e com documentação regular, assim como as necessárias adaptações técnicas nessas diferentes realidades, foram fatores fundamentais para o sucesso do desenvolvimento da silvicultura em cada uma dessas regiões.

É bem verdade que o sucesso em todos esses casos teve lá seus questionamentos e dificuldades, naturais a um dado momento, em todo processo recente. A movimentação natural, gerada pela inserção da nova atividade e, posteriormente, pela decorrente instalação dos consumidores da madeira, promoveu e impulsionou nessas regiões uma infinidade de oportunidades, negócios e serviços.

Instalação de empresas, geração de empregos, impostos, desenvolvimento do comércio, serviços especializados, estrutura dos municípios e de sua malha viária são algumas das constatações evidentes que permitem associar ao desenvolvimento da silvicultura, o próprio desenvolvimento dessas regiões.

Atualmente, a região norte merece destaque como a nova fronteira da silvicultura. Estados como Maranhão, Piauí e, principalmente, Tocantins oferecem a empreendedores e empresas florestais ótimas oportunidades. Comparações entre essas regiões e os casos anteriores são inevitáveis, pois, embora existam diferenças climáticas, há semelhança nas circunstâncias, condições e expectativas.

Sem dúvida, isso estimula novos e antigos silvicultores e empresas a procurarem oportunidades nessas novas regiões, tendo em vista o sucesso e os ganhos constatados nos exemplos anteriores. Embora essa empolgação se justifique, vale salientarmos o seguinte: especulações imobiliárias, execução de projetos sem embasamento técnico e dificuldades relacionadas à contratação de profissionais e mão de obra qualificada são alguns dos comuns e indesejáveis entraves nesses processos. A orientação de profissionais ou empresas gestoras com capacidade comprovada é fundamental para o sucesso de empreendimentos florestais, principalmente nessas regiões de fronteira.

A escolha e a localização das áreas de produção, mediante a quantidade de áreas disponíveis em cada região, deve ser assistida desde seu início. O conjunto de empreendimentos bem-sucedidos determinará o sucesso da nova fronteira florestal.

Empreendimentos mal posicionados ou mal conduzidos, além de ter futuro e rentabilidade incertos, causam enorme prejuízo para todo o processo, desacelerando o desenvolvimento dessas regiões. Infelizmente, não é difícil citarmos alguns casos evidentes de péssimos projetos que, maquiados e produzidos, se transformam em excelentes produtos, na mão de habilidosos e mal intencionados vendedores.

Armadilhas — Iniciativas desse tipo são verdadeiras armadilhas, também uma consequência natural, sempre presente, em cenários de regiões com grande quantidade de oportunidades. A seleção, através da orientação técnica adequada, é ferramenta básica para que investidores não se tornem vítimas de casos assim!

Profissionais do setor, empresas florestais, órgãos de fiscalização e licenças, além de promover a orientação obrigatória, precisariam selecionar seus parceiros e eventuais investidores, coibindo assim a participação de especuladores, evitando desgastes e desilusões futuras.

Projetos exemplares, dirigidos por sérios investidores e profissionais capacitados, são sempre a vitrine dessas novas regiões. É simples separarmos os oportunistas das boas oportunidades, quando temos a chance de observar no campo essas situações distintas.

A pena é que muitas vezes os bons investidores não tenham essa chance. As diferenças saltam aos olhos, ficando fácil entender, até mesmo para os mais leigos, a distância que existe entre os aventureiros e os experientes silvicultores.

A necessidade de expansão da silvicultura nessas novas regiões gera uma infinidade de oportunidades e impulsiona, inteira ou parcialmente, o seu desenvolvimento, contribuindo para o desenvolvimento do próprio país.

Cabe assim, ao Poder Público, em suas várias esferas, criar condições favoráveis para o desenvolvimento desses empreendimentos, fiscalizando e coibindo as falsas iniciativas. Só assim o crescimento da silvicultura estará gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais à sociedade e garantindo o sucesso dos investidores!

Fonte: Revista A Granja

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