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Madeira com requinte tropical

Pisos brasileiros conquistam clientes como Louis Vuitton, Vaticano, Dolce&Gabbana e até Jeniffer Aniston


Publicado em: 19/04/2012 às 13:10hs

Madeira com requinte tropical

O que a casa da atriz Jeniffer Aniston, as lojas das grifes Louis Vuitton e Dolce&Gabbana, e 105 apartamentos do Vaticano têm em comum? Aparentemente nada, não é? Mas por incrível que pareça, todos esses locais famosos têm um “pezinho” no Brasil. Isso porque os pisos por onde passam literalmente os pés de famosos, religiosos e clientes de luxo são produzidos por aqui, mais especificamente em Tietê, cidade a 156 quilômetros de São Paulo.

Ali está instalada a sede da Indusparquet, empresa especializada na fabricação de pisos de madeira. Sob o comando dos primos José Antônio Baggio e Luís Francisco Uliana, a companhia produz cerca de 130 mil metros de piso por mês. São ao todo 150 modelos de produtos, feitos com madeiras brasileiras, vindas principalmente da região amazônica.

Tem Ipê, Jatobá, Sucupira, Muiracatiara, Guaiuvira e Cumaru. Com metragens, cores e acabamentos para todos os gostos, os preços dos pisos variam de R$ 65 o metro quadrado no caso do legneto (pequenos tacos estreitos e compridos, que podem ser feitos com vários tipos de madeira), até R$ 190 o metro quadrado do ipê maciço.

Baggio explica que a madeira é um dos pisos mais resistentes a atrito, riscos e peso que existe. Tanto é que o piso da fábrica em Tietê, que suporta diariamente o vaivém dos funcionários, de empilhadeiras e aguentam o peso dos pesados equipamentos de corte e modelagem dos produtos, também é feito de madeira e está quase sem riscos.

Outro fator para a durabilidade está nos tipos de madeiras cultivadas no Brasil. “A madeira europeia é mais mole e com o passar do tempo, acaba ficando bastante riscada.” Com a madeira brasileira isso não acontece. Está aí um dos motivos pelos quais o produto made in Brazil está entre os preferidos do mundo. Para se ter uma ideia, o Hard Rock Café, em Dubai e o Hotel Marrakesh, no Marrocos, também têm seus pisos com a assinatura da empresa de Tietê.

Responsabilidade ambiental

O processo de fabricação destes e de outros pisos, começando desde que a matéria-prima chega na empresa até o piso sair pronto para ser transportado para as lojas, leva em média seis meses. Isso porque todas as ripas de madeira passam por um processo de secagem natural.

Depois elas ficam por mais algum tempo secando dentro de estufas, passam pelo pré-acabamento e o acabamento com verniz. A secagem final do produto é feita com raios ultravioleta, o que ajuda a eliminar qualquer fungo que ainda tenha resistido na madeira. “Todo esse processo garante mais resistência e durabilidade aos pisos”, explica Baggio.

Mas para entrar na linha de produção da Indusparquet, as madeiras adquiridas de fornecedores precisam ser extraídas de florestas plantadas, que tenham manejo adequado, certificação e autorização do Ibama. Por isso, o controle de qualidade é rigoroso. “Também temos o certificado da FSC para todos os nossos produtos”, conta Baggio.

Além disso, a empresa mantém um projeto de reflorestamento em parceria com a Esalq/USP, referência quando se trata de pesquisa e desenvolvimento de projetos voltados para o campo. Outro cuidado está em evitar o desperdício, assim, 100% da madeira que entra nas fábricas é utilizada, incluindo os pequeninos pedaços que sobram dos cortes de pisos maiores.

Com eles, são fabricados os pisos Multistrato, cuja base é composta pelas sobras da madeira, formando um produto sólido e resistente. “Esse piso não empena, já que a base é compacta e mais rígida”, explica Baggio. Por cima das sobras compactadas, é colocada uma camada de madeira maciça.

O produto, lançado em 2010 no mercado, apresentou maior resistência e durabilidade em testes feitos na empresa e hoje já responde por 20% das vendas totais. “Com isso reduzimos o uso de madeira e reutilizamos as sobras, garantindo um produto de qualidade para o consumidor”, afirma Baggio. Por ter menos madeira maciça em sua composição, o produto tem um preço mais acessível aos clientes.

Atualmente, o mercado interno responde por 70% das vendas da empresa, que no passado já exportou mais da metade de sua produção. “A crise de 2008 derrubou as exportações de vários setores. Agora é que estamos começando a recuperar o volume de vendas”, diz Baggio. Para este ano, a expectativa é que a Indusparquet cresça 15% no mercado interno e 20% no externo, levando ainda mais longe a marca da madeira brasileira certificada.

Fonte: SouAgro

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