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Jaguariaíva no Paraná tem a mais completa cadeia produtiva existente no país

É gerada uma receita anual superior a um bilhão e quatrocentos milhões de reais, mais cerca de 400 bilhões em impostos e uma massa salarial superior a cento e cinquenta milhões de reais


Publicado em: 11/03/2013 às 12:50hs

Jaguariaíva no Paraná tem a mais completa cadeia produtiva existente no país

Na década de 70, graças aos incentivos ficais do governo federal, foi plantado um parque florestal de pinus com mais de 160 mil hectares e que, até o final dos anos oitenta, pouco valor agregava à região, pois não haviam empresas para consumir a madeira que tinha pouco valor agregado.

Se isso não bastasse, a madeira de pinus era pouco conhecida e tida como de baixa qualidade. Na época a madeira que se usava no Estado do Paraná era a o pinheiro e as araucárias cuja tecnologia de aproveitamento era amplamente conhecida.

No início da década de noventa iniciou-se um projeto de atração de empresas para a região para o processamento primário da madeira de pinus. A intenção era criar um pólo industrial madeireiro que agregasse valor às florestas e à sociedade.

Diferentemente de outras regiões onde se instalaram grande empresas de papel e celulose para cá vieram as indústrias de madeira sólida o que facilitou a formação da mais completa cadeia produtiva existente no país.

Hoje, somente em oito municípios que compõem a região, existem duas indústrias de celulose marrom, uma fábrica de MDF, a maior fábrica de papel imprensa da América do Sul, a maior fábrica de papel LWC da América do Sul, dosi dos maiores produtores de molduras, painéis e componentes de portas de pinus do Brasil, cinco fábricas de compensados, uma fábrica de pallets, uma indústria de móveis para exportação, mais de cincoenta pequenas serrarias que produzem para o mercado interno e externo, além de uma fábrica de briquetes e carvão vegetal que utiliza resíduo industrial e florestal da região.

As serrarias locais produzem mais de vinte e cinco mil toneladas por mês de cavaco energético, destinado, principalmente às indústrias do Estado de São Paulo.

Somente nos quatro municípios mais industrializados da região, Jaguariaíva, Arapoti, Segés e Piraí do sul, é gerada uma receita anual superior a um bilhão e quatrocentos milhões de reais, mais cerca de 400 bilhões em impostos e uma massa salarial superior a cento e cincoenta milhões de reais.

São cerca de 12 mil empregos diretos na floresta e indústria de base florestal, para uma população da ordem de cem mil habitantes. Em outras palavras, sessenta por cento da população se beneficia da renda gerada pelas florestas de pinus.

E a percepção de que a floresta plantada é um bom negócio também chegou ao pequeno e médio produtor rural da região de Jaguariaíva por acaso. Pequenos sítios, próximos às florestas mais velhas, tiveram parte da área povoada por regeneração natural do pinus. Após 15 a 20 anos, estes sitiantes começaram a vender suas pequenas florestas por preços que jamais podiam imaginar, entre 15 mil reais e 20 mil reais o hectare. Criou-se com isso, segundo Edson Balloni, diretor da Valor Florestal, o desejo de produzir, já que o leite, o pequeno rebanho e a agricultura de subsistência não geram renda suficiente ao pequeno produtor.

Edson Balloni faz questão de ressaltar que o modelo de Jaguariaíva e região mostra que o setor de florestas plantadas pode dar ao país, em suas regiões pobres, uma enorme contribuição ao seu desenvolvimento, gerando empregos para a população com baixos níveis de qualificação, fixando o homem no campo e nos pequenos municípios, com dignidade e respeito, sem a necessidade de assistencialismo eleitoreiro dos diferentes governos.

Fonte: Painel Florestal

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