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Florestas plantadas e recursos hídricos em equilíbrio

Tema será debatido durante 4º Congresso Florestal Paranaense


Publicado em: 27/07/2012 às 08:05hs

Florestas plantadas e recursos hídricos em equilíbrio

A relação entre as florestas plantadas e os recursos hídricos gera muitas controvérsias entre ambientalistas e estudiosos. Os dois elementos, porém, podem ter uma relação saudável e de equilíbrio. O 4º Congresso Florestal Paranaense, que acontece de 10 a 14 de setembro em Curitiba, reunirá especialistas para debater o tema. O professor do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP, Walter de Paula Lima, que irá ministrar uma das palestras programadas para o painel, afirma que existe um conjunto de fatores que determina a qualidade da relação entre as florestas plantadas e os recursos hídricos, que vão desde o uso do solo e o volume de precipitações até o tipo de manejo empregado.

Cada região demanda ações diferentes por parte do homem para garantir a produtividade e também a preservação dos recursos naturais. “Se trata de uma relação complexa, cujos resultados vão depender da interação de vários fatores e não apenas da presença ou ausência da floresta”, explica Lima, que é também autor do estudo “A Silvicultura e a Água: ciência, dogmas, desafios”.

A disponibilidade de água depende de práticas adequadas de cultivo, mas também das características hídricas e geológicas do local. “O manejo das plantações de pinus tem que levar em conta essas particularidades e limitações ecológicas e hidrológicas. Pela mesma razão, também tem a mesma responsabilidade social e ambiental o manejo da soja, da cana, da laranja, do boi”, acrescenta o professor. Um exemplo disso é que enquanto são necessários 350 litros de água para produzir um quilograma de pinus, a produção do mesmo peso em madeira do cerrado demanda 2500 litros de água.

O ciclo da água tem grande importância para a silvicultura, pois influencia no crescimento e desenvolvimento da floresta, enquanto a floresta contribui para a manutenção da qualidade e pureza das águas nas nascentes e nos rios. Nessa relação de equilíbrio as florestas plantadas exercem um papel tão importante quanto o das florestas nativas. Um documento elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil sobre o plantio do eucalipto mostra que as florestas plantadas desempenham funções ambientais como controle da erosão, redução de enchentes, aumento da infiltração da água da chuva, mitigação de mudanças no clima, fornecimento de oxigênio e absorção de gás carbônico.

Além disso, o setor de florestas plantadas também está entre os que mais preservam as florestas nativas. Além de substituí-las na produção de móveis, biomassa, carvão vegetal e lenha, grandes áreas são conservadas e reflorestadas pelo setor privado. Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF) mostra que, para cada cem hectares de floresta plantada, as empresas do setor florestal preservam 89 hectares, além do exigido por lei.

O diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Carlos Mendes, acredita que a floresta plantada bem manejada contribui para a manutenção e melhoria da água como um todo. “Defendemos junto às empresas associadas a utilização do manejo em mosaico, que entremeia florestas plantadas e naturais e o uso consciente dos recursos naturais”.

Congresso

O evento, cujo tema central é “Gestão Florestal: Produção, Conservação e Uso” é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (APEF), Embrapa Florestas e cursos de Engenharia Florestal da UFPR, UNICENTRO (Irati) e PUCPR. Entre os apoiadores estão a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Itaipu Binacional.

Informações: www.congressoflorestalpr.com.br

Fonte: Assessoria de Imprensa APRE

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