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Cultivo de madeira nobre precisa de planejamento e assessoria técnica

Plantar espécies como mogno, guanandi, jequitibá requer cuidados especiais mas retorno é praticamente garantido


Publicado em: 25/06/2012 às 13:20hs

Cultivo de madeira nobre precisa de planejamento e assessoria técnica

A crescente demanda por madeira e conceitos como agricultura de baixo carbono ou economia verde têm motivado produtores rurais a investirem no reflorestamento comercial de espécies nobres.

Pouco a pouco, a área plantada no Brasil está crescendo e, com isso, aumentando também a busca por informações corretas e experiências de sucesso.

Não basta plantar e esperar o retorno, normalmente em longo prazo. O engenheiro florestal Alessandro Ribeiro, que estuda o desenvolvimento de árvores de madeira nobre há 12 anos, alerta para a necessidade de um planejamento criterioso e boa assessoria técnica.

"Cultivar madeira nobre é uma atividade absolutamente segura e altamente rentável, contudo é preciso tomar cuidados essenciais como, por exemplo, escolher a espécie certa para a região certa", orienta o engenheiro.

Segundo ele, dentre mais de 60 espécies avaliadas em experimentos no país, as que mais se destacaram já estão sendo plantadas comercialmente com excelentes resultados.

"As principais espécies são Teca, Guanandi, Mogno (Africano e Brasileiro) e Jequitibá Rosa", relaciona Eduardo Ciriello, engenheiro agrônomo da empresa Tropical Flora, com a experiência de quem já viajou pelo mundo conhecendo espécies florestais de madeira nobre.

Para o produtor rural, Ciriello recomenda: "Antes de comprar mudas e plantar, procure orientação técnica. Conduzir uma floresta com ciclo de dez a vinte anos pode revelar erros do presente apenas no futuro. É fundamental ter assessoria e reduzir, a quase zero, os riscos com esse tipo de investimento", explicou.

Além da madeira

O cultivo comercial de espécies florestais nobres pode proporcionar outros rendimentos além da madeira. “As sementes são os principais subprodutos mas, dependendo da espécie, é possível extrair óleo, essências, resina e até mesmo frutos”, explica Eduardo Ciriello.

Em um ciclo de 16 a 20 anos estão previstos também de dois a três desbastes. “Estamos estudando diversas aplicações para essa madeira”, ressalta Ciriello citando a América Central como exemplo.

Lá, a madeira de desbaste do guanandi é utilizada para construção de cabanas no estilo canadense. Em forma de roletes, a tora proporciona quase 80% de aproveitamento na serraria. “Dá para fazer caibros, cabo de ferramentas, ripas e até forros das costaneiras”, relaciona o engenheiro.

Pé de meia

O fundador da Tropical Flora, Pedro Ciriello, defende a cultura do “pé de meia”. Segundo ele é possível dobrar o investimento feito em madeira em nobre a cada 5 anos. “Para efeito de comparação, o mesmo dinheiro investido no mercado financeiro, precisaria de 20 a 30 anos para obter o mesmo resultado”, explica.

Os números foram estimados com base em taxas de juros vigentes e no preço do metro cúbico de madeiras como o mogno e chamam a atenção de quem está pensando em investir.

Evitando especulações Pedro Ciriello alerta, no entanto, que para alcançar os resultados esperados é preciso o acompanhamento de especialistas e assessoria técnica.

Fonte: Painel Florestal

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