Publicado em: 23/03/2012 às 18:25hs
Móveis, construção civil, instrumentos musicais, construção naval, dentre outros usos. Alto rendimento – mais de R$2.300 por metro cúbico de madeira, e uma média de 300 a 500 metros cúbicos por hectare. Crescimento mais rápido, resistência maior às pragas. Todas essas características fazem do mogno africano (khaya ivorensis) uma cultura que desperta o interesse de produtores rurais brasileiros. O “ouro verde” será tema, nos próximos dias 30 e 31 de março, do 1º Seminário Brasileiro Mogno Africano, em Pirapora (MG). A expectativa é de reunir cerca de mil pessoas para troca de experiências e informações sobre o mercado interno e externo de madeiras nobres.
O evento , que será realizado a cada dois anos em um estado brasileiro, é promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA), com patrocínio de entidades privadas e governamentais. A programação será divida entre as palestras no Centro de Convenções de Pirapora, na sexta-feira (30), e o Dia de Campo, na Fazenda Atlântica Agropecuária, no sábado (31). Os participantes farão uma visita ao campo experimental de madeiras nobres, ao plantio de mogno africano irrigado e também uma demonstração ao vivo do plantio de mogno africano. A programação inclui também o lançamento do livro “Ecologia, Silvicultura e Tecnologia de Utilização dos Mognos Africanos”, com a presença de um dos autores, o professor da Universidade Federal de Viçosa, Antônio Lelis Pinheiro.
Estima-se que hoje exista, no Brasil, uma área de floresta plantada entre 10 a 12 mil hectares, sendo metade na região norte do país. “Queremos divulgar e informar a outros empresários rurais que tenham áreas disponíveis para plantio, pois o Mogno Africano já é um grande negócio na atualidade e a tendência é de aumento do interesse e da demanda do mercado. A união do setor produtivo é o grande objetivo da ABPMA. A aposta é que o mogno africano despontará como a madeira nobre cultivada mais divulgada, usada e lucrativa do país, em um futuro próximo”, explica Ricardo Tavares, sócio-proprietário da Atlântica Agropecuária. Em três fazendas, Tavares já concentra 550 hectares e pretende chegar a mil hectares até o final de 2012.
De acordo com o diretor do viveiro goiano Mudas Nobres, o engenheiro agronômo Canrobert Tormin Borges, uma das vantagens é a possibilidade de consorciar a floresta e as outras atividades rurais que sejam do interesse do produtor, a exemplo da pecuária. “Nos primeiros anos é perfeitamente possível o consórcio com outras culturas agrícolas, como milho, soja, arroz, mandioca; frutíferas, como maracujá, café, açaí. A partir do terceiro ano é possível colocar gado na área”, explica. Segundo o engenheiro, o cenário ambiental e a intensificação da fiscalização contribuem para aumentar a demanda pela madeira nobre de florestas plantadas e para aumentar a oportunidade de lucro para os investidores.
Programação
Os temas serão de grande interesse para quem quer se aprofundar e conhecer o início de um projeto de plantio, o uso de mudas clonadas e por semente, manejo de cultura irrigada, prevenção de pragas e doenças . Em um panorama geral e mundial, os palestrantes vão abordar desde o benefício gerado com o crédito de carbono, o apagão florestal em um cenário mundial futuro, e o comércio interno e externo do mogno e outras madeiras nobres, além do desafio de oferecer produtos de qualidade, com preços compatíveis e respeito ao meio ambiente.
Histórico
A trajetória do mogno africano começou no Brasil há quase 40 anos, quando uma comitiva da Costa do Marfim visitou o Pará. Na época, o pesquisador da Amazônia Oriental, Ítalo Claudio Falesi, ganhou seis sementes de mogno africano do ministro da Agricultura daquele país, com uma recomendação: "faça bom uso, isso é ouro verde". Ao longo dos anos, as sementes de "ouro" se espalharam pelo país e o mogno africano conquistou a admiração de investidores e produtores rurais.
Palestrantes:
Edmundo Coutinho Aguiar
Sócio Proprietário da Fazenda São Thomé. Produtor de Café Arábica. Pioneiro na implantação de café irrigado e Mogno na região norte de Minas.
Higino Martins Aquino Júnior
Silvicultor e produtor de mudas florestais. Diretor do IBF. Atua na criação e gestão de projetos socioambientais e de geração de créditos voluntários de carbono através da restauração florestal. Está empenhado na iniciativa mundial do IBF para o plantio de 200 milhões de árvores.
Solano Martins Aquino
Presidente do Instituto Brasileiro de Florestas. Especialista em Gestão Florestal, pertence ao corpo docente do MBA em Gestão Ambiental Integrada Senai/PR. Está empenhado na iniciativa mundial do IBF para o plantio de 200 milhões de árvores e idealizador desta ideia.
João Emílio Duarte Matias
Engenheiro Agrônomo e Gerente Operacional da Fazenda Atlântica Agropecuária. Responsável pelo projeto de 500 hectares de Mogno Africano da Fazenda Atlântica Agropecuária Ltda.
Prof. Ítalo Falesi
Foi pesquisador e chefe geral da Embrapa Amazônia Oriental e Professor de Ciência do Solo na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA. Publicou mais de 100 trabalhos técnicos científicos.
Gilson Favarato
Há 40 anos lida com madeiras nobres. Grande experiência na área de extração, indústria e comércio de madeira em geral.
Inscrições limitadas : R$120
Informações : Atlântica Agropecuária: (38) 3741-4738 pedro.aguiar@atlanticaagropecuaria.com.br
Fonte: Assessoria Atlântica Agropecuária
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