É frequente na Painel Florestal o questionamento de leitores e internautas a respeito da clonagem de mogno africano. O mais usual é que as mudas de mogno africano sejam obtidas por meio de sementes. Mas, existe clonagem de mogno africano? Para responder a essa pergunta, fomos falar com um dos diretores da Mudas Nobres, Canrobert Tormin.

De acordo com ele, a clonagem é feita e se destina a aumentar a produção dos viveiros – e, consequentemente, a quantidade de mudas disponíveis –, porque a semente de mogno africano khaya ivorensis é rara e cara.

A Mudas Nobres desenvolve a pesquisa com mogno africano há seis anos, e hoje estão em teste 23 clones de árvores adultas, já aptas para o corte, com 17 anos, 10 a 12 metros de altura e diâmetro acima de 60 centímetros. “Nós estamos clonando essas árvores, árvores adultas, já provadas”, explica Canrobert, acrescentando que essas árvores estão no Brasil, mais especificamente no norte do Pará. Ele explica também que, para adquirir as mudas, é necessário fazer a encomenda com antecedência, porque ainda não é tão grande a quantidade das matrizes disponíveis.

O diretor da Mudas Nobres explica ainda porque a opção pela espécie ivorensis, que se mostra a mais produtiva entre as três presentes no Brasil. “O khaya ivorensis, nosso foco principal, é também o mais precoce e, comercialmente, é a madeira mais procurada no mercado internacional, além de ser o que mais se aproxima, na característica física, do mogno brasileiro, cujo cultivo está hoje praticamente inviável”, afirma.

Canrobert fala ainda sobre as vantagens da clonagem no que se refere homogeneidade da floresta, mas alerta para os cuidados básico, que é a busca pela qualidade. “É preciso saber o que está sendo clonado, de onde vem esse clone, como é a matriz, qual o tamanho, a qualidade dessa árvore”, observa.

Além do trabalho com a clonagem, a Mudas Nobres também desenvolve pesquisas na área de informação técnica, em parceria com instituições como a Embrapa e a Universidade Federal de Goiás, buscando soluções para irrigação, nutrição e melhoramento vegetal. As pesquisas são desenvolvidas numa fazenda da Mudas Nobres, próxima a Goiânia (GO), onde existem hoje 10 hectares de área experimental com clones e mudas de sementes. Mais informações em www.mudasnobres.com.br.

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