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AGRICULTURA FAMILIAR: Emater apresenta cultivo florestal como alternativa de negócio

O cultivo florestal hoje é uma alternativa também para pequenos produtores rurais. A demanda por madeira é crescente e, de olho nesse mercado, os agricultores paranaenses estão investindo na atividade


Publicado em: 26/09/2012 às 09:40hs

AGRICULTURA FAMILIAR: Emater apresenta cultivo florestal como alternativa de negócio

Segundo dados do Instituto Emater, a área com cultivos florestais no estado aumentou cerca de 50% nos últimos seis anos. Até 2005 o Paraná contava com 830 mil hectares de florestas plantadas. No levantamento, feito em 2011, esse número passou para 1,3 milhão de hectares. Os especialistas acreditam que o setor deve seguir se expandindo e nos próximos dez anos deve chegar a 2,0 milhões de hectares. Além da alta procura por madeira, a oferta de crédito para financiar a atividade florestal e a ação da Extensão Rural na divulgação desses programas e de tecnologia de produção têm incentivado mais produtores a investir no cultivo florestal.

Oportunidade - Amauri Ferreira Pinto, coordenador do projeto Madeira do Instituto Emater lembra que há muito tempo os extensionistas vêm alertando os agricultores, em especial os produtores familiares, sobre a oportunidade de negócio motivada pela falta de madeira no mercado. “De 2008 para cá os preços vêm subindo e aumentando a rentabilidade dos cultivos florestais. A atividade ainda pode ser associada ao cultivo de grãos e à pecuária, aumentando a rentabilidade da pequena propriedade”, afirmou.

Assimilação - Para o extensionista, uma das grandes dificuldades do produtor é assimilar o conceito de investir numa atividade que exige um longo prazo para dar retorno econômico. No caso da bracatinga são necessários cinco anos de espera, já o eucalipto exige sete anos e o pinus, oito anos. Porém, Amauri lembra que atualmente o agricultor pode conseguir recursos oficiais para financiar a atividade. É o caso do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) que tem juros baixos, do Pronaf Florestal em que o produtor faz o empréstimo para implantar a floresta e daqui a oito anos vai começar a pagar o financiamento, com juros de 1% a 2% ao ano. “Lá na frente, quando o agricultor fizer o corte, ele terá recursos para pagar o investimento e ainda uma margem de lucro para guardar no bolso”, esclarece Amauri.

Preservação - Além dos fins comerciais, o cultivo florestal também pode contribuir com a preservação da natureza, obedecendo aos conceitos de sustentabilidade ambiental aplicados à agricultura familiar. “O projeto Madeira, do Instituto Emater, tem apoiado os produtores dando a eles formas e tecnologias para que se possa recompor com sucesso as APPs (Áreas de Preservação Permanente) e formas de utilização da reserva legal, do ponto de vista econômico, atendendo às exigências legais vigentes”, ressaltou Amauri.

Criticas - Apesar das críticas que são feitas ao cultivo florestal, o extensionista ressalta que a ideia de que o eucalipto seca a terra ou que o pinus fura o olho dos passarinhos não procedem. “O cultivo florestal tem uma composição muito forte para a conservação do solo. Onde tem floresta dificilmente nós temos erosão. Nessas áreas também verificamos um aumento da fertilidade do solo. A área de solo explorada pela raiz das árvores é muito mais profunda do que aquela de uma pastagem ou lavoura de grãos. As árvores acabam trazendo nutrientes do fundo da terra para camadas mais superficiais do solo”, explica.

Antigos modelos - Também já foram abandonados antigos modelos de cultivos florestais que exigiam grandes áreas, formando maciços de árvores. “Esta não é a intenção da Extensão Rural. O que nós queremos é introduzir o componente florestal no sistema de produção, ou seja, que cada propriedade tenha uma pequena área de produção. Ao invés de termos um grande maciço florestal, teríamos um número maior de propriedades, produzindo uma grande quantidade de madeira”, afirmou.

Poupança verde - Amauri informou também que o produtor interessado em fazer o cultivo florestal deve procurar um extensionista nos escritórios do Instituto Emater onde poderá conseguir a DAP (Declaração de Aptidão), documento necessário para a solicitação de crédito nos programas oficiais. “Nossos técnicos vão fazer uma visita à propriedade. Vão analisar o caso e ver qual a melhor forma de introduzir o componente florestal, sem afetar o trabalho que o produtor já vem fazendo, com produção de grãos ou pecuária. Ele elabora um projeto e em seguida o encaminha ao banco”. A partir daí o produtor pode começar a investir no que os especialistas chamam de uma “poupança verde” e esperar os lucros.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Instituto Emater

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