O engenheiro agrônomo e consultor de biomassa e biodiesel da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Carlos Paixão Filho, fez uma explanação sobre o potencial econômico da atividade. O Dia Técnico sobre produção de seringueira aconteceu no período da manhã, na Fazenda Canastra, município de Pium e 40 pequenos agricultores da região estiveram presentes.

Na ocasião, Filho fez um apanhando geral sobre as potencialidades da heveicultura como forma de possibilitar mais uma alternativa de geração de renda para os agricultores familiares. “Essa é uma atividade viável que pode gerar economia para o produtor durante muito tempo, mas é necessário que se faça um planejamento adequado, respeitando as etapas de plantio, manejo e comercialização do látex (coágulo)”, argumentou, acrescentando que além do clima ser favorável, existe a possibilidade de financiamento de linha de crédito facilitado.

O entusiasmo dos produtores ficou evidente durante o Dia Técnico. O agricultor da Região de Marianópolis, Bento Barbosa, acredita que os produtores precisam diversificar a renda para manter a família. “O plantio de seringueira mostra que é uma garantia econômica, sendo assim, temos que abraçar essa oportunidade rentável”, disse, comentando que já trabalha com a produção de mel e criação de peixe. “Agora quero fazer um sistema consorciado com a criação de abelha e produção de seringueira, como mais uma alternativa de gerar renda”, complementou.

Orliz José Talarico é produtor de mudas e já tem seringal em sua propriedade Fazenda Santarém, município de Divinópolis. Ele pretende expandir sua produção atual, que chega a cerca de 200 mil mudas. “A minha intenção é plantar nos próximos anos uma área de 300 hectares, o que equivale a 200 mil pés de seringueira, sendo capaz de produzir 1,6 mil toneladas de látex por ano”, projetou.

 Modelo 

A Fazenda Canastra é modelo de produção de seringal no Tocantins. O proprietário João Trindade, também participou do Dia Técnico da Seagro e falou do orgulho em ser referência no Tocantins. Trindade explica os avanços de quando começou até os dias atuais. “Iniciei esse plantio de seringal ainda na década de 80 com financiamentos. A partir de 1989, sete anos depois, comecei a comercializar”, explicou.

Atualmente, Trindade possui 10 mil pés de seringueiras, rendendo cerca de 5 a 6 toneladas de látex. “A comercialização do látex no geral sempre foi muito aceita no mercado nacional e internacional, o que facilita o intercambio entre o produtor e os compradores”, reforçou, completando que o produto é vendido, em mercado garantido para os estados de Rio de Janeiro e São Paulo.

 Dados 

Um seringal produz em média durante 40 anos e um hectare plantado tem rendimento líquido de R$ 750,00 por mês, cerca de R$ 7.500,00 por ano, já que em dois meses não há produção.