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32ª semana nacional do Cavalo Campolina

Evento mais importante da raça Campolina acontece de 01 a 09 de setembro, em Belo Horizonte, e reúne os melhores animais da raça


Publicado em: 17/08/2012 às 08:00hs

32ª semana nacional do Cavalo Campolina

Entre os dias 01 e 09 de setembro, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, será realizada a 32ª Semana Nacional do Cavalo Campolina. A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina - ABCCCampolina espera reunir cerca de 960 animais vindos de todo o país que participarão dos concursos, julgamentos, provas e leilões. O evento deverá movimentar cerca de R$ 6 milhões com a venda direta de animais e nos leilões que acontecem durante toda a semana. A expectativa é que 11 mil visitantes compareçam ao local do evento.

Em Maio de 2012 a ABCCCAMPOLINA foi certificada pela Norma NBR ISO 9001: 2008 e se tornou a primeira associação de criadores de cavalos a ter este certificado. Para a 32ª Exposição Nacional, foi montado, de acordo com essa norma, um Plano da Qualidade que contempla todos os aspectos que envolvem o evento, visando garantir a qualidade dos serviços prestados aos associados.

No Parque da Gameleira, além dos julgamentos oficiais de morfologia, andamento e concursos de marcha convencional e picada que acontecem diariamente, haverá uma variada programação social, técnica e funcional. Recentemente a ABCCCampolina instituiu os julgamentos de morfologia e marcha para os animais de marcha picada. A manutenção desse tipo de andamento visa aprimorá-lo para atender a um mercado em crescimento que é o de animais para usuários do cavalo.

Foi programada durante o evento a realização de provas cujo objetivo é demonstrar as qualidades do Campolina como um cavalo de sela, belo e dócil. São elas a “Campolina em Liberdade”, “Campolina na trilha da roça para a cidade” e a “ Prova de Passeio e Adestramento”. A do “Campolina em Liberdade” tem como objetivo exaltar a beleza da raça Campolina associada à sua docilidade e harmonia com o homem. A prova “Campolina na trilha da roça para a cidade” tem o objetivo de exaltar a vocação da raça para cavalgadas. Durante a prova os cavaleiros e amazonas passarão por obstáculos que simulam um ambiente rural como a abertura de porteiras, transposição de córregos, escadas, tuneis e cenas urbanas. A Prova de Passeio e Adestramento irá avaliar os diferentes andamentos naturais do cavalo marchador, as transições do andamento e mudanças de direção, bem como demonstrar a harmonia entre o conjunto cavalo/cavaleiro.

As atividades da Semana Nacional do Cavalo Campolina contemplam os criadores, os cavaleiros e toda a família dos apaixonados pela raça. Por isso acontecerá a “Colar de Ouro”, prova que terá a participação das criadoras, esposas e amigas de criadores, filhas e namoradas. Além desse, terá também o concurso de marcha Cowboy que é voltado para os filhos e amigos de criadores entre 12 e 18 anos e o concurso de marcha Cassiano Campolina, direcionado somente à participação dos criadores.

Serão realizadas também provas em modalidades que somente a raça campolina utiliza em suas exposições. Uma delas é a de “Musicalidade da Marcha” onde os juízes avaliam o andamento do animal somente pelo som que a batida dos cascos provoca em contato com o solo. Além dessa, acontecerá também a “Prova da Bandeja”, que foi instituída para mostrar ao público a qualidade da marcha do cavalo campolina, reconhecida pelos seus tríplices apoios que proporcionam conforto ao cavaleiro. Nessa prova, o vencedor será aquele que, após percorrer o trajeto com uma bandeja com copos cheios d´água, chegar com a maior quantidade do líquido nos copos.

O CETERC – Centro de Treinamento e Estudos da Raça Campolina estruturou a Escola Campolina e terá um estande no evento para divulgar os informes técnicos. Serão divulgados também os cursos que serão lançados pela Escola Campolina. Além disso o interessado poderá ter informações sobre a relação entre Conformação e Função, Biomecânica da Locomoção, bem como a divulgação do resultado de pesquisas.

Com o objetivo de propiciar mais conforto e diversão aos visitantes, durante toda a 32ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, a ABCCCAMPOLINA criou o Espaço Kids, que contará com monitores e brinquedos para as crianças se divertirem. O público poderá ainda se deliciar na praça de alimentação e visitar os estandes onde poderão ver e comprar as novidades em artigos para montaria como selas, rédeas, botas e até mesmo as últimas tendências da moda country.

ORDEM CASSIANO CAMPOLINA

A ABCCCampolina, com o objetivo de promover o reconhecimento daqueles que trabalham em prol da raça e da associação, incorporando o espírito legado por Cassiano Campolina, instituiu há dois anos, a “Ordem Cassiano Campolina”. Essa Ordem visa homenagear aqueles que, de forma desprendida, promovem ações que visem à divulgação e o desenvolvimento da raça. Essas homenagens ocorrerão durante o coquetel de abertura do evento no dia 01/09.

LEILÕES

Durante a 32ª Semana Nacional do Cavalo Campolina serão realizados cinco leilões com produtos oriundos dos principais criatórios da raça e que atenderão às necessidades específicas de cada comprador. A raça Campolina tem tido uma excelente liquidez nos leilões realizados nos últimos anos, o que demonstra a sua franca expansão no mercado. Todos os lotes são de alta genética e qualidade e têm muito a contribuir para a evolução de qualquer criatório. São eles:

04/09 – Leilão Nação Campolina - Serão colocados à venda 40 lotes, sendo 20 do Haras Luanda e 20 do Haras Repol, promotores do evento. Os titulares do haras irão disponibilizar animais de cabeceira de seus criatórios como doadoras de embrião, garanhões, potro e potras de pista, matrizes e coberturas detentores de alta genética da raça campolina. A estimativa é que esse leilão obtenha uma média de R$ 30 mil por lote, sendo o pagamento dividido em até 62 parcelas.

05/09 – Leilão Celebration Nacional – Nesse leilão, os Haras do Barulho & Boomerang, juntamente com o Haras Santo Antônio e Haras dos Guerreiros colocam à venda 36 lotes de excelentes animais como potros e potras de pista, 01 garanhão, éguas prenhes do grande garanhão Gavião do Barulho e embriões. O pagamento pode ser feito em até 62 parcelas e a expectativa dos organizadores é a de que o remate movimente cerca de R$1,5 milhão.

06/09 – Leilão Raça 2012 – Esse leilão contará com a participação dos haras Campanário, Das Marias, Top, Santa Anna e convidados. Ao todo serão disponibilizados 42 lotes variados de embriões, potros, potras, matrizes e coberturas dos principais garanhões desses criatórios. A expectativa de venda desse remate é de R$ 1,5 milhão.

07/09 – Leilão Tradição da Raça – Esse remate é uma realização conjunta dos haras JHR e Oratório, criatórios com mais de 30 anos de trabalho consistente na evolução da raça e colocará à disposição dos interessados 50 lotes, sendo 25 de cada promotor. Na ocasião serão disponibilizados garanhões comprovados, embriões, éguas prenhes, potras para pista e potros campeões em diversas exposições. O pagamento pode ser feito em até 62 parcelas

08/09 – Leilão Hibipeba – Promovido pelo Haras Hibipeba, tradicional criatório da raça, serão colocados 33 lotes à venda sendo garanhões, potros e potras, matrizes, doadoras e embriões. O pagamento pode ser feito em agté 62 parcelas.

SOBRE A RAÇA CAMPOLINA

O cavalo Campolina, uma das raças mais admiradas entre os criadores brasileiros teve origem em Minas Gerais no século XIX, nos tempos do imperador Dom Pedro II, e atravessou com papéis diferentes, várias fases da história.

Por ter a marcha macia, que não sacode o cavaleiro e nem desequilibra o animal, era muito usado em viagens de longa distância. Com seu porte elegante, marcha cômoda e uma das maiores estaturas entre as raças brasileiras, o Campolina é hoje um dos preferidos entre os criadores e usuários brasileiros.

O cavalo tem origem nobre e sua beleza é fruto de um trabalho de seleção e aprimoramento da raça que vem sendo feito desde 1834, quando o mineiro Cassiano Antônio Campolina ganhou um potro descendente de um cavalo Andaluz da Coudelaria Real de Dom Pedro II. O potro, que recebeu o nome de Monarca, foi o marco inicial da raça que acabou levando o nome do seu criador.

Conta a história que Cassiano Campolina, na ausência de herdeiros diretos, legou sua fortuna a dois de seus amigos, o Coronel Joaquim Pacheco e João Ribeiro. Na mesma época, o Cel. Joaquim Pacheco transmitiu a Cassiano a solicitação do juiz de direito Dr. Arthur Ribeiro de Oliveira, para que arranjasse uma verba testamentária no valor de cem contos de réis para a fundação de um hospital na cidade de Entre Rios de Minas. Cassiano respondeu-lhe: “Que valem cem contos para a fundação de um hospital?” Esta quantia quando muito seria suficiente para a construção de um prédio regular, mas como poderia se manter esta fundação ?

A esta objeção o Cel. Joaquim Pacheco respondeu a Cassiano que, não tendo ele herdeiros necessários, poderia legar toda a sua fortuna para este fim, pois, assim, ele praticaria um ato meritório de filantropia e caridade e perpetuaria o seu nome. Cassiano revelou-lhe então que obviamente Pacheco desconhecia o teor do testamento, então já lavrado, onde o próprio Pacheco constava como beneficiário da Fazenda e de toda a sua criação, enquanto João Ribeiro herdava os títulos e o dinheiro. Então o Coronel Joaquim, com abnegação e desapego, movido pelo ideal da caridade cristã, respondeu a Cassiano que, da parte dele, desistia desta herança, e que ele, Cassiano Campolina, podia reformular o testamento para que o hospital tivesse condições de ser erigido da melhor maneira possível. João Ribeiro, consultado a respeito, foi da mesma opinião.

Ao mesmo tempo, contudo, Campolina impôs a condição de que a tropa de cavalos, em especial as éguas que eram a base da raça, não poderia ser dissolvida, porém a criação e seleção teriam que prosseguir. E assim foi feito – tudo conforme lavrado e registrado em cartório. Cassiano Campolina refez seu testamento deixando seus bens e dinheiro para a criação de uma Fundação que se encarregaria de construir e manter um Hospital que receberia seu nome, “Cassiano Campolina”.

E os cavalos? Foi feito um leilão onde a tropa foi adquirida pelo Cel. Joaquim Pacheco. Os recursos obtidos no leilão também foram destinados à Fundação, angariando fundos para o novo hospital. Mas o legado do nome continuaria a ressoar mesmo na marcha dos cavalos de nobre estirpe... e assim o orgulho e a abnegação, o desprendimento e o desejo de reconhecimento convivem lado a lado desde o início da história do Cavalo Campolina. Estavam lançadas as bases para um dos mais fascinantes componentes da cultura eqüestre brasileira.

Quem sabe um legado para ser eterno de fato, precisa existir no sangue vivo e quente correndo nas veias de pessoas e animais, mais do que inscrito em tabuletas e paredes estéreis de pedra. A paixão, tal como o rio que corre, não é estanque, porém nos conduz ao futuro. Tudo que não é vivo precisa de manutenção externa para se preservar, ao passo que o sangue de bons cavalos, por exemplo, se conserva por si mesmo... E talvez não seja falta de respeito imaginar que, apesar de não ter tido filhos, o sangue de Cassiano Campolina segue hoje pulsando nos seus cavalos. A energia vital que gerou este sonho e o transformou numa raça extraordinária, a dos maiores cavalos marchadores não só das Américas, porém de todo o mundo.

Mais informações podem ser obtidas pelo site www.campolina.org.br ou pelo telefone 31-3372-7478.

Fonte: Press Comunicação Empresarial

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