Mais de 50 gestores das associações afiliadas da ABCS e também do Sebrae, estiveram reunidos no dia 07 e 08 de fevereiro, em Brasília, para discutir os novos direcionamentos do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), durante o II Workshop de Gestores realizado pela entidade em parceria com o Sebrae Nacional. Após atingir a meta dos 15,1kg per capita no consumo da carne suína em 2011, a nova meta é chegar a 18 kg de consumo até 2015, além de capacitar 12,6 mil profissionais em 2012 por meio de diversas ações do Projeto.

 

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, realizou a abertura do encontro, reforçando a parceira com o Sebrae Nacional, que não só possibilitou a criação do PNDS, mas também foi responsável pelos resultados atingidos em 2011, juntamente com os gestores das associações estaduais de suinocultores. “Nada disso seria possível se não fosse a dedicação e empenho de cada gestor, que acreditou nessa causa e conosco tem investido fortemente nas atividades para o desenvolvimento do mercado interno e também para a sustentabilidade na cadeia”, ressaltou. Lopes abordou ainda a atuação da entidade junto aos produtores integrados e também as ações efetivas para a redução dos valores de comercialização do milho, principal ingrediente na alimentação dos suínos.

 

O primeiro dia do evento ainda contou com as apresentações do diretor executivo Fabiano Coser e da coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado. Coser traçou um panorama da suinocultura mundial e da brasileira e também diferenciou os tipos de desafios enfrentados pelo setor. “Temos cenários macro e cenários micro. Se o macro parece favorável (com expectativa de aumento da produção, consumo e novos mercados), o cenário micro, para o produtor, tem dificuldades como preço de insumos, falta de marcos regulatórios e concentração da produção”, destacou.

 

Já a coordenadora do PNDS, Lívia Machado, lançou um desafio para os representantes das associações estaduais e do Sebrae: aumentar em 35% os números de profissionais capacitados pelo PNDS nas áreas de produção, indústria e comercialização em 2012. “O objetivo é chegar a 12,6 mil profissionais capacitados neste ano, uma meta ambiciosa, mas que pode ser atingida com o empenho e dedicação de cada um dos gestores nos estados, auxiliados pelas parcerias com o Sebrae e Senar”, comentou. Já o gerente da unidade de agronegócio do Sebrae, Enio Queijada, elogiou os resultados do PNDS e detalhou as inúmeras possibilidades de avanço para a suinocultura brasileira em todos seus diferentes elos. 

 

O encontro foi encerrado no primeiro dia com a palestra da Doutora em Administração e pesquisadora, Maria Stella Saab, que revelou os detalhes de sua tese de doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) sobre as características do consumidor de carne suína no Brasil. “A pesquisa demonstra que a produção brasileira tem que se adaptar melhor à demanda do consumidor se quiser crescer”, resumiu.

 

O segundo dia do Workshop de Gestores foi repleto de atividades práticas para os representantes de associações conhecerem ferramentas para melhorar ainda mais a gestão e os resultados do projeto. Pela manhã, a Doutora em Administração, Maria Stella Saab, conduziu o grupo a empregar a técnica SWOT de planejamento na qual foram identificados os pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades do PNDS em aspectos como gestão, comunicação, e as três áreas em que o PNDS atua: produção, indústria e comercialização. “Isso permite conhecermos o retorno dos representantes do PNDS nos estados que é onde as coisas acontecem”, comentou.

 

No período da tarde, o sócio-diretor do Data Popular, especialista em consumo para a classe C, Renato Meirelles, realizou uma palestra sobre o consumidor de carne no Brasil. No encontro, apresentou dados surpreendentes sobre o mercado de carnes e a representatividade da carne suína “A cada R$ 100,00 gastos com carne suína, R$51,00 vem da classe C, o que confirma que estamos no caminho certo”, explicou o especialista. Ainda segundo ele, a classe C brasileira é mais rica que 62% da população mundial. Meirelles ainda realizou uma espécie de “brainstorm” sobre como aumentar o consumo de carne suína. “Uma das falhas mais comuns entre os líderes é estar seguro de que sua rotina funciona. Quando ele pensa assim a inovação fica de lado e sua empresa para traz”, comentou.

 

Para a Lívia Machado, a prática foi muito positiva e os resultados interessantes e produtivos. “O encontrou nos proporcionou conhecer não só os pontos que podem ser melhorados, mas também que o PNDS vem dando resultados. Mas acredito que a maior vulnerabilidade de bons projetos é a crença nas práticas. Sempre é possível inovar e melhorar processos e foi isso os acertos da equipe até agora. Junto do Meirelles também foi possível entender o perfil desse consumidor e o espaço da carne suína nesse segmento”, comentou a coordenadora, reforçando que se sente confiante para as atividades de 2012.

 

As ferramentas apresentadas pelos palestrantes foram elogiadas pelos presentes que retornaram aos seus estados com o compromisso de atingir a nova meta do PNDS de 18 kg de consumo anual per capita de carne suína no Brasil até 2015. O encontro também contou com o apoio das empresas Agriness, Agroceres PIC, Ourofino e DB-Danbred, e dos frigoríficos Saudali e SUINCO, reforçando a parceria com a entidade e consolidando seus esforços para o desenvolvimento da suinocultura nacional.