Mercado Florestal

Suínos: Setor Independente e Integrado sofrem as consequências do excesso de produção

Falar em desistência parece não mais chamar a atenção da sociedade, tratando-se de suinocultura. Há um bom tempo, todos assistem o fechamento de pequenas propriedades de suínos no estado, principalmente no Oeste Catarinense


Publicado em: 19/06/2012 às 09:40hs

Suínos: Setor Independente e Integrado sofrem as consequências do excesso de produção

Mas atingindo as consequências mais drásticas, a crise também atinge grandes propriedades, e não é mais uma previsão de futuro, é presente, que agora se espalha por todo o estado.

A desistência da atividade suinícola infelizmente é uma realidade para diversos produtores de Santa Catarina. No Sul do estado que concentram os municípios de Braço do Norte e Armazém a produção praticamente dobrou nos últimos anos. E agora os produtores enfrentam uma situação delicada. Tanto o sistema de integração, quanto o independente estão com os dias contatos.

A família Moraes, que unida possui três granjas de suínos, todas integradas a um mesmo frigorífico, possui cerca de 1,8 mil matrizes. Com a quebra do contrato de integração, iniciativa da indústria, o prejuízo é incontável, ainda mais em pleno momento de crise, em que não há o interesse de outras empresas pela produção da família. “Fomos pegos de surpresa. A cada dia que passa nossa situação fica ainda mais complicada. Estão sobrando 1.200 leitões por semana. Já é a segunda que estamos tendo que colocar os animais no crechário. A cada dia que passa esse número aumenta e não sabemos mais o que fazer”, explica o suinocultor, José Moraes.

Esse é um dos riscos para o Sistema Integrado de Suínos. Com a força da crise, que provoca a ampliação da oferta de carnes no mercado interno, a necessidade de produto se torna cada vez menor, e é preciso colocar na ponta do lápis a viabilidade de manter seus produtores ativos.

Com efeito rápido, a crise coloca a produção de suínos em Santa Catarina em risco.  Não há por parte do sistema integrado 100% de segurança na venda de carne, e também não há no sistema independente a garantia de que a situação irá melhorar. Tudo depende do comportamento do mercado, mas como não há expectativas, muitos estão ficando para trás, como é o caso de Moraes, que jamais imaginou que a situação chegaria a esse ponto. “Estamos vivendo sob pressão, não sei até quando vamos aguentar. É triste trabalharmos tanto e hoje chegarmos a uma situação como essa”, lamenta ele.

O crechário, alugado pela granja para armazenar os leitões que deixaram de ser entregues semanalmente para o frigorífico, antes integrado. Praticamente limitado, a família não possui expectativa na entrega dos animais. Já na propriedade, iniciou a limpa do plantel, mas como não há para quem vender o descarte, eles buscam alternativas que garantam ao menos, que os animais não morram de fome, a troca de insumos como milho e farelo de soja, por farelo de arroz.  E nesse cenário de desespero, ainda possui uma conta triste de se fazer, os investimentos que hoje não tem valor algum.

Para a ACCS, não é possível admitir que após tantos anos, não haja ao menos iniciativas que garantam preços justos e ofereçam segurança aos suinocultores.