Os criadores reclamam da baixa rentabilidade, com custos acima dos preços pagos pelo produto. Atividade congrega atualmente cerca de 650 produtores no Estado, que somam um plantel de 120 mil animais. Presidente da Associação dos Criadores de Suínos em Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion, explica que o custo de produção está acima do valor de venda da carne.

“Para cada quilo de suíno produzido estamos gastando em média R$ 2,10 e na hora de vender conseguimos obter R$ 1,70 (kg)”. Segmento vem enfrentado crise desde o ano passado, situação agravada com o embargo russo à carne brasileira, provocando maior oferta de carne no mercado interno e pressionando os preços. Expectativa é negociação esta semana entre governos brasileiro e russo aponte para uma rápida solução. Isso porque além do embargo, o custo da ração está mais elevado.

Pelos cálculos apresentados anteriormente pela entidade, ainda que o preço da carne suína ultrapasse a média de R$ 2,50 (kg) no Estado, seria insuficiente para compensar os prejuízos acumulados até agora. “Estamos comparando esse momento com a crise enfrentada pelos suinocultores em 2002”. Cenário atual inviabiliza a sustentação dos pequenos e médios suinocultores, diz Lucion. Aqueles que conseguem manter uma produção verticalizada, reduzindo os custos com ração e outros insumos, conseguem ir se mantendo na atividade.

No município de Lucas do Rio Verde, principal região produtora do Estado e onde está instalada uma unidade da Brasil Foods (BRF), o volume de abates se manteve estável durante 2011, com uma média de 4,2 mil suínos abatidos diariamente, informa o gerente regional da empresa, José Luiz Serra. Até 2015, a meta é alcançar a média diária de abates de 10 mil suínos. Por enquanto, a empresa mantém cerca de 40 colaboradores.