Mercado Florestal

Setor suinícola em MT continua em crise mesmo com anúncio do governo

Apenas as linhas de crédito para retenção de matrizes estão disponíveis


Publicado em: 10/09/2012 às 18:50hs

Setor suinícola em MT continua em crise mesmo com anúncio do governo

Quase dois meses após o anúncio de um pacote do Governo Federal para ajudar os suinocultores, a crise continua. Segundo os criadores, apenas a linha de crédito para a retenção de matrizes já está disponível. "Diversas medidas fazem parte deste pacote, estamos esperando a liberação de outro recurso", disse o diretor-executivo da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).

O pacote de R$ 200 milhões prevê medidas como a Linha Especial de Crédito (LEC) para a aquisição de leitões ao preço de R$ 3,60/kg; a prorrogação de dívidas de custeio com vencimento ou já vencidas em 2012 para até janeiro de 2013; o adiamento de parcelas de investimento por um ano após o vencimento da última mensalidade; aumento do valor limite de financiamento para de R$ 1,2 milhão para R$ 2 milhões por produtor e ainda um LEC para compradores de suíno vivo a R$ 2 o quilo.

Uma série de fatores contribuíram para a crise no setor da suinocultura que estende há dois anos. Os custos de produção chegaram a superar do valor de venda dos animais. Influenciados, principalmente, pela alta nos preços do milho, o principal alimento para os suínos.

"Tivemos picos de R$ 2,80 no quilo do suíno, com o valor de R$ 2,40 no farelo de soja, só que logo o valor da carne voltou para a casa de R$ 2,35 e R$ 2,40", observou Rodrigues.

Além disso os embargos à carne suína brasileira pioraram a situação. A Rússia não compra a carne de alguns estados brasileiros desde 15 de junho 2011. Esse embargo dura até hoje para Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Durante quatro meses a restrição por parte da Argentina também ajudou a piorar o quadro na suinocultura, mas com a abertura deste dois consumidores de carne brasileira a crise amenizou. O embargo do país vizinho à carne brasileira durou entre os meses de janeiro e maio.

A expectativa é que novos mercados externos se abram. "O governo precisa buscar novos mercados, como o que já ocorreu com a Argentina, Ucrânia, México e a Rússia, que é importantíssimo para o Brasil".

Os criadores tentam ajuda em nível estadual. O setor ainda tentou fechar acordo com o governo estadual, pedindo que fosse reduzido o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a energia elétrica das granjas, só que o pedido não foi atendido até hoje. "Em outros estados foi implantada esta redução de ICMS e por conta disto estamos perdendo concorrência", afirmou.

Estudos

Agora um estudo deve ser realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP) para avaliar o quanto o produtor paga para produzir. "Eles estão fazendo estudos dos custos de produção da região sul do país, então conversamos com o dirigente do Cepea para pedir que eles façam um levantamento também aqui no estado. Ficaram de trazer uma resposta, para avaliarmos", informou.

Nos próximos dias suinocultores de todo o país vão se reunir com representante do Governo Federal, em Brasília, e vão tentar buscar medidas para conter a crise, como informou o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso ( Acrismat), Custódio Rodrigues.

Fonte: Agrodebate

◄ Leia outras notícias