Publicado em: 04/07/2012 às 19:00hs
O deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) preocupado com a crise na suinocultura protocolou e apresentou no Ministério da Agricultura para o ministro Mendes Ribeiro Filho, Secretário de Defesa Agropecuária, Enio Marques, Secretário de Política Agrícola, Caio Rocha e ao Secretário Executivo, José Carlos Vaz, proposta do Instituto Nacional da Carne Suína (INCS) e da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos para que o Governo Federal subsidie a diferença de preço de venda e o custo de produção para cada suíno.
A proposta busca ainda a liberação de R$ 12 milhões para compra, abate e congelamento de leitões de 25 kg para atender a demanda de final de ano. “Esta proposta foi baseada e justificada em um estudo feito pelo INCS”, disse Colatto.
Conforme a categoria ao atender a proposta dos leitões o Governo disponibilizaria R$ 12 milhões para abater 120 mil leitões com média de 25 kg cada. Ao abater estes animais com esse peso, o setor deixará de produzir em torno de 8,4 mil toneladas de carne. “Para que os animais sejam abatidos em seu peso normal, serão necessárias 30 mil toneladas de milho e 9 mil toneladas de farelo de soja. Pelos preços atuais, apenas estes dois insumos básicos representam em torno de R$ 20 milhões”, justificou Colatto.
Para a operacionalização o Governo Federal colocaria recursos à disposição das agroindústrias, já previamente cadastradas. Com a apresentação de Nota fiscal de venda, bem como do respectivo Guia de Transporte Animal (GTA), a agroindústria receberá o valor de R$100,00 por animal abatido, sendo que R$70,00, por animal, ficariam com o produtor e R$30,00 com a agroindústria para abate e conservação, onde o produto serve como garantia e o ressarcimento aos cofres públicos serão feitos pelas agroindústrias após a comercialização. Quanto à comercialização dos animais, os produtores serão cadastrados. Como o objetivo é atender, principalmente, aos pequenos produtores, a comercialização seria feita através de NF pessoa física.
Colatto solicitou ainda que seja feito um forte trabalho com os supermercados para que baixem os preços da carne suína. “Precisamos que eles sejam solidários e diminuam os valores, para que assim se possa ter um consumo maior da carne, diminuição nos estoques e amenizar a crise”, destacou.
Ao propor nesta quarta-feira (4/7) à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) a criação de uma comissão de trabalho para resolver a crise na suinocultura, Colatto foi indicado a coordená-la e apresentar as sugestões do setor. "Já solicitamos que a CAPADR busque audiências com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro e com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, para ver se conseguimoe resolverisso o mais rápido possível, caso contrário estaremos inviabilizando, o agricultor, os frigoríficos, todas as agroindústrias. Não basta anunciar linhas de crédito precisamos que o produtor tenha acesso a elas", salientou Colatto.
Santa Catarina
O prejuízo acumulado aos suinocultores catarinenses nos últimos 18 meses está estimado em R$ 453,6 milhões. “A situação é tão preocupante que mais de 10 municípios já decretaram situação de emergência, entre eles, Xavantina, Concórdia e Braço do Norte, precisamos resolver esse problema e dar vida aos suinocultores”, afirmou Colatto.
O Estado de Santa Catarina possui 420 mil matrizes instaladas, com produção prevista de 800 mil toneladas. As exportações chegam a 150 mil toneladas e o consumo interno 250 mil toneladas. As exportações em 2011 foram feitas para Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Argentina e Cingapura. Em 2012 de janeiro a maio as exportações eram feitas para Rússia, Ucrânia, Hong Kong, Cingapura, Angola e Argentina.
Os prejuízos em 2011 por animal comercializado eram de R$ 41, já em 2012 este valor chega a R$ 58. O número de produtores caiu significativamente, em 1970 eram 60 mil, em 2011 o número caiu para 12 mil e até o momento em 2012 o número chega a 8 mil.
Custo de produção
Os produtores recebem cerca de R$ 1,70 a R$ 1,90 por quilo, o custo é de R$ 2,50 o quilo, sendo que cada animal, em média, é negociado com 100 kg.
Fonte: Assessoria de Imprensa ? Deputado Federal Valdir Colatto
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