Mercado Florestal

Preço do suíno apresenta alta, mas valor do insumo ainda preocupa

O mercado de suínos brasileiro apresentou forte recuperação nos preços pagos aos produtores nas últimas semanas


Publicado em: 08/08/2012 às 17:30hs

Preço do suíno apresenta alta, mas valor do insumo ainda preocupa

Entre a primeira semana de junho e final de julho, o preço pago aos criadores pelo quilo do suíno vivo aumentou 45% em média no estado, segundo dados da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS). Nesta semana, a arroba atingiu 67 reais, o equivalente a R$ 3,41 e deve continuar subindo. Para os pesquisadores do Cepea, o principal motivo para o aumento dos preços do suíno vivo tem sido a restrição da oferta de animais por parte dos suinocultores, em virtude da queda na produção ocasionada pela longa crise no setor.

Em Minas Gerais, os valores de comercialização do quilo do suíno vivo também tiveram reação nas ultimas semanas. Segundo levantamento realizado pela Bolsa de Suíno de Minas Gerais, do primeiro dia de junho até 02 de agosto, o valor de venda do quilo teve alta de 45%. O valor fechado em Bolsa na última semana foi de R$ 3,50 o quilo. No estado do Mato Grosso nas últimas semanas os preços pagos ao produtor acumularam alta de 13%, saltando de R$ 1,88 para R$ 2,13 entre a última semana de julho até esta segunda-feira (6).

Mas a explosão recente dos preços das commodities soja e milho influencia diretamente nos custos de produção e o valor paga ao produtor ainda é aquém do que o setor necessita. Isso ocorre porque os custos com alimentação seguem elevados e os preços pagos pelo animal ainda são considerados insuficientes por muitos suinocultores, que continuam à espera de novos reajustes para negociar. Segundo informações do CEPEA, a alta recorde destas duas commodities está balizada na quebra da safra de soja 2011/12 na América do Sul, a quebra da safra da soja e do milho nos Estados Unidos e a variação cambial, favorecendo a exportação e dificultando a aquisição dos insumos pelos produtores locais.

Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na comparação de preços entre julho deste ano com igual período do ano passado, o farelo encareceu 118%. No inicio desse ano, a tonelada era comprada R$ 594,75, mas atualmente os valores de compra atuais são de R$ 1.126,25 por tonelada em Mato Grosso. Na região de Campinas (SP), o preço médio da tonelada de farelo de soja em julho foi de R$ 1.132,66, valor 88,1% acima do registrado em julho do ano passado, segundo o Indicador ESALQ/BM&F/Bovespa.

Após manifestações, reuniões e muitas ações políticas o Governo Federal anunciou um pacote de medidas aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no dia 02 de agosto, que auxilia a atividade como: leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para apoiar a venda de suínos vivos e assegurar um preço de referência de R$ 2,30/kg; criação da Linha Especial de Crédito (LEC) para os compradores ao preço de R$ 3,60/kg de leitão vivo; e a criação de uma linha de retenção de matrizes suínas, com limite de R$ 2 milhões por produtor e até dois anos de prazo e prorrogação das dívidas de custeio e investimento. “A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos continuará trabalhando para que o suinocultor continue tendo sua voz ouvida pelo Governo Federal”, declara o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, reforçando que a suinocultura é uma atividade de grande importância econômica e social.

Fonte: Comunicação ABCS

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