Avaliação é do presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrismat), Paulo Lucion ao informar que o benefício contemplaria indústrias e não produtores. Outra medida divulgada pelo governo, segundo Lucion, de subvencionar (venda por meio de Prêmio de Escoamento de Produto - PEP) 50 mil toneladas da carne em até 40 centavos por quilo que a indústria comprar também não chegará ao produtor. Segundo o presidente, no encontro realizado ontem uma das ações acertadas até agora é a prorrogação das dívidas, mas que ainda depende da publicação (após aprovação) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), cuja próxima reunião está marcada para o dia 26.

Criação de linha de crédito especial também foi confirmada. As subvenções do governo custar cerca de R$ 30,4 milhões e serão destinadas aos estados do Centro-Oeste e Sul, completa Lucion. Na avaliação dele é necessária a compra de pelo menos 100 mil toneladas de carne, com uma subvenção de 60 centavos/kg para equilibrar o custo de produção com o preço de venda, que hoje está em R$ 2,30 e R$ 1,70, respectivamente.

Criador de suínos desde 1990 em Campo Verde, Raulino Teixeira Machado afirma que desde o fim do ano passado o setor amarga prejuízos com a diferença entre o custo de produção e preço de venda. Avalia que a tendência é de agravamento da crise, com o encarecimento do farelo de soja e milho, matéria-prima na ração dos animais. “Já reduzi em 20% o meu plantel e demiti funcionários para tentar equilibrar os custos”.

Além de negociar com governo federal, criadores tentam junto ao governo do Estado benefício fiscal. Secretaria de Fazenda (Sefaz) recebeu pedido oficial de reunião com o titular da pasta, Marcel Souza Cursi, que será agendada para os próximos dias. Mato Grosso tem um rebanho de 1,3 milhão de animais, e 4 indústrias frigoríficas com inspeção federal (que permite exportar), mas atualmente as vendas externas estão suspensas para Rússia e Argentina. No campo e nas indústrias são empregados 8 mil trabalhadores diretos e cerca de 30 mil indiretos.