Mercado Florestal

Falta de Remuneração e Custo de Produção impedem a rentabilidade do suinocultor

Em poucos anos a suinocultura se transformou em uma atividade que garante um produto de excelência com qualidade. Conforme os produtores foram adotando as mudanças e aprimorando as propriedades mais difícil foi para manter-se na suinocultura e pagar pelo Custo de Produção.


Publicado em: 17/05/2012 às 14:20hs

Falta de Remuneração e Custo de Produção impedem a rentabilidade do suinocultor

“Investimento é prioridade para a suinocultura”pontua o suinocultor Gilvânio Bussetti.  Gilvânio é filho de suinocultor, resolveu seguir na atividade e ajudar seus pais mas antes investiu em profissionalização formou-se e hoje tenta sempre reverter às situações difíceis com base na informação. E quando o assunto é Custo de Produção é preciso sim muito conhecimento. É necessário entender as entre linhas do Mercado da Suinocultura e interpretar bem todos os detalhes da propriedade. Seja independente ou integrado o produtor que deseja manter-se vivo precisa avaliar tudo ser um empresário rural. “O produtor de hoje não pode ser o mesmo de 20 anos atrás hoje ele precisa saber quanto custa cada ação na propriedade. É preciso investir em qualidade apostar na eficiência da ração e em todos os demais detalhes da granja” destaca o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Jonas dos Santos Filho.

Uma conta necessária que não pode ser ignorada pelos produtores. É preciso avaliar os Custos Fixos Variáveis e Operacionais. Para a Embrapa Suínos e Aves que calcula mensalmente os Custos de Produção da Suinocultura a Nutrição está em primeiro lugar na escala de despesas. Representa 77% do total do custo (Fevereiro/2012). Dado que justifica a preocupação dos suinocultores quando o valor remunerado não cobre ao menos o maior dos seus impactos os insumos. “No interior não encontramos mais milho para comprar os produtores que produzem utilizam os insumos para o seu próprio consumo. Desta forma precisamos comprar milho de fora do estado que custa cada vez mais. Milho subsidiado pelo governo não vem e quando é disponibilizado chega em péssima qualidade”conta o suinocultor Cláudio Rovani.

Segundo a Embrapa em média o milho representa 65% do composto formado para alimentar os animais. “O restante é farelo de soja que nos últimos anos foi o “menino querido” para a produção agropecuária devido aos preços baixos e estáveis. Mas esse ano com as crises na Argentina e Brasil diminuiu a oferta de soja e o preço segue crescente”acrescenta o pesquisador. Diferença que já pesa na conta final. Quem é produtor sabe é preciso avaliar todas as despesas. No Custo total além da nutrição investimentos com Instalações, Equipamentos e Rebanho somam mais de 772% seguido pelo custo com Mão de Obra 45%. “É sem dúvida o grande problema da suinocultura a falta de mão de obra prejudica os produtores hoje não há qualificação”explica Bussetti.
 
A falta de mão de obra não é um problema exclusivo da suinocultura trabalhar no interior independentemente do setor deixou de ser atrativo para os trabalhadores.  Apesar dos benefícios serem os mesmos como carteira assinada é difícil encontrar profissionais que se submetam a lidar nas propriedades. Dificuldade que gera despesa para os suinocultores devido à rotatividade de funcionários e o excesso de trabalho. “Com isso duas possibilidades existem ficar sem colaborador ou contratar alguém que pelo menos faça o trabalho de limpeza na propriedade”acrescenta o  suinocultor Siegmar Ruppenthal.

Eles se viram como podem buscando possibilidades para controlar o Custo de Produção que carrega também o peso do Transporte, Sanidade, Energia Elétrica e Outras variáveis. Mas para manter as propriedades funcionando é preciso colocar no papel as despesas fixas e operacionais como a reposição de matrizes. Dados e números que dependem da remuneração obtida pelo quilo do animal comercializado. “O ideal é um Preço Justo para produzir o valor pago não poderia ser menor que R$ 260 kg”destaca Ruppenthal.

Lucro que hoje não consegue ser obtido pelos produtores. Diferentemente dos insumos como milho, soja e café negociados pelo mercado futuro. “É um sonho para a suinocultura mas devido às dificuldades de ser operacionalizado já que a grande parte da produção é da indústria. Mas para ter um preço mínimo é preciso à união dos suinocultores eles precisam montar suas bolsas e fortalecer o setor para dar maior transparência na formação do preço”completa Jonas.

“Hoje todos estão esgotados são dois meses de rentabilidade e quatro meses sem. Com isso não conseguimos ao menos incentivar os filhos a ficar na propriedade” conta Rovani. Posição que infelizmente hoje é unânime entre os suinocultores. Custo de Produção elevado demais falta de rentabilidade e desistência da atividade suinícola. “Como está hoje certamente está com seus dias contados” finaliza o suinocultor Siegmar Ruppenthal.