Publicado em: 28/08/2012 às 19:00hs
O Brasil conquistou ontem espaço para aumentar as exportações de carne suína em 70% no longo prazo.
O Japão, principal importador do produto, reconheceu Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação -o melhor status de classificação sanitária-, abrindo o seu mercado para a carne do Estado.
No ano passado, o Japão importou 1,2 milhão de toneladas de carne suína, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) -quase metade teve como origem o território norte-americano.
Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (associação dos exportadores de carne suína), o Brasil deve conquistar de 30% a 35% do mercado japonês no longo prazo, o equivalente 360 mil toneladas.
Em 2011, o Brasil exportou 516 mil toneladas de suínos. Só com o potencial de vendas ao Japão, poderia passar a 876 mil toneladas, o que representaria aumento de 70% em relação ao ano passado.
Para 2013, primeiro ano do comércio, Camargo Neto estima que os brasileiros possam responder por 15% das importações japonesas.
Além do potencial para elevar o volume embarcado, o presidente do Sindicarne (sindicato das indústrias da carne de Santa Catarina), Clever Pirola Ávila, lembra que o Japão é reconhecido por comprar cortes com maior valor agregado.
No mercado de carne de frango, o Brasil se especializou no atendimento do mercado japonês, com a produção de cortes especiais, e hoje domina as importações, com uma fatia de quase 90%.
PRÓXIMOS PASSOS
O reconhecimento sanitário era o principal entrave às vendas da carne suína catarinense ao Japão -o Estado lidera a produção nacional, com 25% de participação.
Com a questão resolvida, falta concluir pendências burocráticas e aprovar uma lista de frigoríficos habilitados à exportação -oito unidades devem compor a relação apresentada pelo governo.
O setor espera que os próximos passos sejam finalizados até o final de 2012. "Podemos ter embarques para o Japão ainda neste ano", afirma Camargo Neto.
A notícia veio em bom momento para os produtores de suínos, que passam por uma das maiores crises do setor.
O aumento dos custos de produção e a baixa remuneração fizeram muitos produtores desistir da atividade.
"É uma vitória, considerando a importância do Japão nesse mercado", diz Marcelo Lopes, presidente da ABCS (associação dos criadores).
Fonte: Folha de S.Paulo
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