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Sustentabilidade e inovação dominam encontro internacional de bioenergia

Em primeira visita ao Brasil, Associação Mundial de Bioenergia (WBA) se reuniu na sede da FAEMG, em Belo Horizonte, nesta quarta (12)


Publicado em: 13/06/2013 às 12:30hs

Sustentabilidade e inovação dominam encontro internacional de bioenergia

A demanda e o potencial do uso de biomassa para geração de energia, sustentabilidade e neutralização do carbono foram tema do Workshop Internacional de Bionergia realizado na sede da FAEMG, em Belo Horizonte, nesta quarta (12/6). O encontro integrou a programação dos dirigentes da World Bioenergy Association (Associação Mundial de Bioenergia), em sua primeira visita técnica ao Brasil.

Sediada em Estocolmo, na Suécia, a WBA visa a apoiar o setor de bioenergia no mundo, promovendo o aumento de sua utilização de forma  sustentável, do ponto de vista econômico e preservando o meio ambiente.  A Associação debate e avalia questões como a certificação, sustentabilidade, padronização e promoção do bom uso da bioenergia. Dos 22 membros do Conselho, dois são brasileiros: a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu e o presidente da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura, Laércio Couto.

Durante o encontro realizado na sede da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) nesta quarta-feira, palestrantes do Canadá, Suécia, Austrália e Brasil apresentaram cenário, desafios e perspectivas do uso de bioenergia em seus países, ressaltando questões de inovação na produção, comercialização e infraestrutura necessárias.

Laércio Couto destacou a expectativa mundial de que a bioenergia corresponda a 50% do uso total energético até 2035: “O Brasil tem que caminhar paralelamente ao mundo, rumo à substituição de combustíveis fósseis pelos renováveis. Somos um grande player nessa mudança em razão deste nosso grande território”. Couto apontou que o país dispõe hoje de 200 milhões de hectares de pastagens, muitas delas degradadas, que poderiam ser ocupadas por plantações florestais de eucaliptos, pinus, acácias e outras espécies, inclusive nativas. “Não só plantações puras, mas também plantios consorciados com espécies florestais com agricultura, pastagem e criação de gado em sistemas agroflorestais”.

Mesma opinião é partilhada pelo austríaco Heinz Kopetz, reeleito na última segunda (10/6) para novo mandato à frente do órgão: “O Brasil tem enorme potencial para a energia renovável . Especialmente pela grande diversidade de recursos de que dispõe, o país deve se tornar líder mundial no uso de energias renováveis  para suprir o total de suas necessidades energéticas. O desenvolvimento de energia de biomassa deverá se tornar muito importante para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo, e tenho a impressão de que o Brasil está indo por um bom caminho”.

“Legislação é entrave em Minas”

A burocracia mineira foi criticada durante o evento pelo conselheiro da WBA e presidente da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura, Laércio Couto. Representante mineiro no órgão, ele lembrou os entraves e falta de incentivos que limitam maior desenvolvimento do setor de bioenergia no estado. “O Brasil está no caminho correto, mas em Minas Gerais a legislação ambiental ainda é bastante complicada e torna as coisas muito difíceis para o produtor rural e para as empresas que atuam na área florestal e de produção de carvão vegetal”.

Maior produtor nacional de eucalipto do país, com área plantada de 4,5 milhões de hectares, Minas Gerais conta com importantes polos guzeiros que demandam carvão vegetal para produção de ferro gusa e de aço. Couto lembra ainda que o estado tem caminhado para a substituição do carvão vegetal de mata nativa, principalmente do cerrado, por carvão certificado de eucalipto. O grande potencial do estado, na opinião dele, contrasta com a falta de políticas de apoio: “Estados como Tocantins e Mato Grosso do Sul simplificaram a legislação ambiental , facilitando bastante o trabalho dos produtores rurais. De toda forma,  a CNA e suas federações estaduais, junto às secretarias de agricultura dos estados, estão sempre discutindo a questão e caminhando para uma solução que seja boa em nível nacional, estadual e mesmo municipal, favorecendo o desenvolvimento sustentável tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental”, completou Couto.

Fonte: FAEMG - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais

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