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Simpósio de Agroenergia debate modelos de produção

Cerca de 180 pessoas, entre estudantes, pesquisadores, agricultores e profissionais ligados ao meio rural, acompanharam, na manhã de ontem, terça-feira (06/11), no Centro de Eventos da AMRIGS, em Porto Alegre, a abertura do Simpósio Estadual de Agroenergia e da IV Reunião Técnica de Agroenergia


Publicado em: 07/11/2012 às 12:00hs

Simpósio de Agroenergia debate modelos de produção

A programação da manhã foi marcada por dois painéis, com foco nas políticas públicas dos Governos estadual e federal para o setor e como a agricultura familiar está inserida na cadeia produtiva da agroenergia.

O primeiro painel teve como tema “Programas setoriais e contribuição econômica e social da cadeia do bioetanol para o RS” e foi apresentado por Ivan De Pellegrin, da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), e Luis Alberto Bairros, coordenador estadual do Programa Industrial de Biocombustíveis. Na oportunidade, De Pellegrin apresentou a estrutura e os objetivos da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), que coordena a AGDI. Conforme De Pellegrin, a produção de biocombustíveis, juntamente com o desenvolvimento das agroindústrias familiares, é um dos setores estratégicos para a nova economia do Estado. “Mas é necessário desenvolvermos modelos que integrem a produção agropecuária com a de agroenergia se quisermos ser competitivos. Devemos avançar para a integração, ou será muito difícil gerarmos modelos economicamente viáveis no Rio Grande do Sul”, frisou.

Já o coordenador estadual do Programa Industrial de Biocombustíveis falou sobre a evolução dos modelos de produção de etanol no Rio Grande do Sul, ressaltando o desenvolvimento tecnológico e das pesquisas e a solução de alguns problemas, como o das queimadas. Para Barrios, o cenário atual é promissor para a cadeia do etanol. “Há uma grande demanda por etanol no Rio Grande do Sul, que produz de seis a oito milhões de litros ao ano, quando necessita de um bilhão de litros. Para tornar o Estado autossuficiente, temos que aumentar a área cultivada com cana-de-açúcar de 35 mil para 350 mil hectares”, explicou. “E precisamos, para isso, de políticas públicas efetivas e permanentes para o setor, além de incluir a agricultura familiar no processo produtivo”, completou Barrios. Ainda conforme o coordenador estadual do Programa Industrial de Biocombustíveis, existem 216 mil estabelecimentos da agricultura familiar capazes de produzir derivados de cana-de-açúcar, sendo 182 mil aptos a produzirem açúcar e etanol. “É uma boa alternativa de diversificação, especialmente em regiões atingidas pela seca”, destacou.

No segundo painel Agricultura familiar e agroenergia, o coordenador geral de Biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), André Grossi Machado, falou sobre a experiência do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, enfocando o Selo Combustível Social, distinção concedida a empresas produtoras de biodiesel que atendem a certos critérios, dentre os quais, comprar um percentual mínimo de matéria-prima da agricultura familiar e prestar assistência técnica a esses produtores. “Atualmente, 99,3% das empresas detêm o Selo Combustível Social, o que tem se mostrado um poderoso instrumento de inclusão produtiva de agricultores familiares”, frisou. A produção de biodiesel no Brasil, conforme Grossi, teve um importante avanço no país, passando de 740 milhões de litros, em 2005, para 2,7 bilhões de litros em 2011.

Também participaram do segundo painel frei Sérgio Goergen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e Nestor Bonfanti, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetag), que falaram sobre a inserção da agricultura familiar na produção de agroenergia. Para Goergen, iniciativas como o Selo Combustível Social são de suma importância para que os camponeses conheçam e discutam a cadeia dos biocombustíveis. O representante do MPA também apresentou algumas ações que estão sendo desenvolvidas por produtores no Estado. Já Bonfanti salientou que os agricultores familiares devem produzir culturas já consolidadas. “A indústria não pode fazer experiências nas pequenas propriedades”, alertou. “Também não se pode implantar culturas cuja colheita é feita manualmente. As empresas e o Governo devem produzir equipamentos adequados à pequena propriedade”, disse, referindo-se ao gradativo envelhecimento do campo e a falta de mão de obra familiar.

A programação completa do Simpósio Estadual de Agroenergia, que prossegue até quinta-feira (08/11), pode ser conferida no endereço eletrônico http://www.emater.tche.br/site/area/simposio_agroenergia.php. O evento tem apoio das Universidades Federais do Rio Grande do Sul e do Paraná, da Embrapa Agroenergia e da Universidade Regional Integrada - Campus Erechim.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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