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Seca obriga Sul a importar mais energia do Sudeste

A falta de chuvas no início deste ano obrigou a Região Sul a aumentar em 40% a "importação" de energia do Sudeste na comparação com janeiro de 2011


Publicado em: 19/01/2012 às 09:40hs

Seca obriga Sul a importar mais energia do Sudeste

Embora a seca não ofereça riscos imediatos à geração hidrelétrica, o Operador Nacional do Sistema (ONS), que administra o Sistema Interligado Nacional (SIN), pretende economizar água dos reservatórios do Sul para mantê-los em níveis seguros ao longo do ano. Isso deve garantir que os reservatórios, que hoje estão com 58% da capacidade máxima ocupada, aumentem o nível para 60% até abril, no fim da estação de chuvas.

Nível - Embora o nível atual esteja quase 15 pontos porcentuais abaixo do volume verificado no mesmo período do ano passado, os reservatórios da Região Sul estão com capacidade bem acima do nível considerado crítico - chamado de curva de aversão ao risco, estimado em 30% -, a partir do qual a segurança do abastecimento fica ameaçada. Normalmente, antes de as represas atingirem tal patamar o ONS passa a acionar as usinas de geração térmica para compensar um déficit na geração hidrelétrica.

Iguaçu - No Paraná, a Bacia do Iguaçu, que representa 55% do estoque de armazenamento da Região Sul, está com 62,7% da capacidade, nível quase 20% abaixo do verificado em janeiro do ano passado. "Mesmo considerando a situação de estiagem atípica no Sul, não há nenhum risco em relação ao suprimento de energia", garantiu o ONS, por meio da assessoria de imprensa. Segundo o órgão, o aumento do fornecimento de energia do Sudeste para o Sul é resultado natural do sistema integrado, em que a geração excedente de uma região pode compensar a escassez de outra. Ainda de acordo com o órgão, essa transferência atual de 4 mil MW médios está longe do limite operacional, que é de 6 mil MW médios. "O regime hídrico e o nível dos reservatórios no Su­­deste garantem tranquilidade ao sistema", afirma o ONS.

Normalidade - A Companhia Paranaense de Energia (Copel), que é responsável por seis das oito hidrelétricas da bacia do Rio Iguaçu, avalia que, do ponto de vista energético, a situação dos reservatórios é "absolutamente normal". De acordo com a empresa, apesar da falta de chuvas, a vazão média no Rio Iguaçu, aferida na altura da usina de Foz do Areia, está em 78% da média histórica para esse período do ano. Para efeito de comparação, em situações consideradas preocupantes, essa vazão caiu para 10% da média.

Copel - De acordo com a Copel, o reservatório da usina de Foz do Areia, a maior da companhia, está com 65% da capacidade, enquanto o lago de Segredo ocupa 86% do volume máximo. Salto Caxias tem 73% de acumulação e a usina Capivari-Cachoeira (Parigot de Souza), 73%. "Isso confere total tranquilidade em relação à operação do sistema elétrico. É da rotina da operação transferir a mão do sentido de energia de acordo com o perfil do mercado naquele momento. O ONS trabalha como essa visão de conjunto para garantir que não sobre água onde está chovendo bastante e não falte água onde está chovendo pouco", disse o órgão.

Previsão do tempo - Para fazer o planejamento das operações das usinas, o ONS trabalha com previsões das vazões dos rios nas duas semanas seguintes. Para a Bacia do Rio Iguaçu, está prevista uma vazão de 82% da média histórica para o período, um cenário hidrológico superior ao verificado no mês anterior, que ficou abaixo da média, com 56%.

Fonte: Gazeta do Povo

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