Publicado em: 20/12/2024 às 11:20hs
São Paulo se destaca como o maior gerador de bioeletricidade a partir de biomassa no Brasil, com uma contribuição essencial para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa (GEEs). De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), a produção de bioenergia no estado, entre janeiro e outubro de 2023, alcançou 10.810 GWh. No ano de 2023, a produção total foi de 12.445 GWh, marcando um aumento de 13,6% em comparação com 2022, quando o estado gerou 10.958 GWh.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA) tem se dedicado a diversas iniciativas relacionadas à transição energética. O secretário de Agricultura, Guilherme Piai, destaca que o estado está destinado a ser protagonista nesse processo, com foco em eficiência energética e em matrizes renováveis como solução para a redução das emissões de gás carbônico.
Estima-se que a bioeletricidade gerada em São Paulo tenha evitado a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2, o equivalente ao impacto ambiental de plantar 18,5 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. Zilmar Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA, explica que o estado conta com 210 usinas termelétricas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o que representa quase 50% das 427 usinas operando no país, utilizando principalmente bagaço e palha de cana como combustíveis.
Em um contexto nacional, o Brasil gerou 28.100 GWh de bioenergia para a rede elétrica, e São Paulo foi responsável por 44,2% desse total. Esses números destacam o compromisso do estado com a energia renovável e sustentável, além do seu potencial de liderança na transição energética do país.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, celebra o estado como um grande patrimônio nacional, com a cana-de-açúcar como principal fonte para a geração de energia renovável. “O ciclo da cana será essencial não apenas para a produção de etanol de primeira e segunda geração, mas também para fertilizantes, biogás, biometano, hidrogênio e combustível sustentável de aviação”, comemora o governador.
Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC - Apta), vinculado à SAA, reforça que o estado é referência devido ao número expressivo de usinas de açúcar e etanol em operação. Ele destaca que São Paulo possui a maior participação de bioenergia em sua matriz energética, especialmente graças ao setor canavieiro. Além de etanol, a bioeletricidade gerada a partir do bagaço de cana contribui significativamente para uma matriz energética sustentável no estado e no Brasil. Cantarella também enfatiza que a energia proveniente do bagaço de cana é gerada nos meses mais secos do ano, quando a produção de energia das hidrelétricas é menor.
Ricardo Rosário, coordenador de Transição Energética da SAA, aponta o uso de biogás e biometano como grandes avanços na bioenergia. Ele destaca que o estado de São Paulo está realizando esforços contínuos para incentivar a produção desses biocombustíveis. “No setor agropecuário, por exemplo, estamos aprovando procedimentos de licenciamento ambiental e incentivando a adoção de biodigestores e outras tecnologias para aumentar a produção”, explicou Rosário.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias