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Indústrias em MS usam descarte de produção para gerar eletricidade

Usinas de álcool fornece energia a partir da queima do bagaço da cana


Publicado em: 08/06/2012 às 11:10hs

Indústrias em MS usam descarte de produção para gerar eletricidade

Indústrias em Mato Grosso do Sul estão reaproveitando materiais descartados da produção para gerar energia elétrica, que abastece a própria unidade. O excedente ainda é comercializado para o Sistema Nacional.

Em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, uma unidade produz 1,3 milhão de toneladas de celulose a partir de 168 mil hectares de eucalipto. Diariamente, 48 mil árvores são trituradas, e a indústria consome 90 Mw por hora. A parte da matéria prima que não serve à produção final não é descartada.

"Comparando com o que existe de disponibilidade de energia no mercado, podemos assumir que a diferença no custo é de 100%. A economia é muito grande e dá viabilidade ao negócio", diz o gerente de produção Fernando Rasch.

A energia é produzida por meio da biomassa e pode ter duas origens: a primeira é com as cascas do eucalipto, e a segunda é com o licor negro, um líquido residual do cozimento da madeira e que é enviado a um digestor. O processo é automatizado e pode ser acompanhado por um sistema de câmeras.

"A gente retira a água, concentra, só fica uma quantidade de matéria orgânica, essa matéria é queimada na caldeira de recuperação, onde é gerado vapor superaquecido que é enviado pro coletor, neste coletor a gente encaminha o vapor para o tubo gerador onde vai transformar energia mecânica em energia elétrica", explica Simone Queiroz, especialista em processos industriais.

A energia excedente é enviada à concessionária de eletricidade, podendo ser consumida pelos moradores da cidade. O lucro é investido novamente na produção.

Usinas de açúcar e álcool

O bagaço da cana de açúcar também vira energia, e em Mato Grosso do Sul já representa a segunda maior fonte energética. Em Nova Alvorada do Sul, a 120 km de Campo Grande. A usina que processa a cana já tem contrato para fornecer energia elétrica para o sistema nacional pelos próximos 15 anos.

De acordo com o gerente industrial Eliandro Romani, a energia representa a terceira fonte de renda da unidade, depois do açúcar e do etanol. "A unidade foi criada com alta concepção tecnológica, visando o aproveitamento de energia e vapor no processo e visando essa exportação de energia elétrica pra contemplar maior lucro e resultado", explica.