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Geração de energia a partir do lodo de esgotos é alternativa sustentável

Experiências internacionais revelam oportunidades ao Brasil e serão apresentadas no 4º ENA


Publicado em: 15/08/2012 às 13:10hs

Geração de energia a partir do lodo de esgotos é alternativa sustentável

Experiências já difundidas em países como Alemanha,  Holanda e Inglaterra poderão propor uma nova visão ao Brasil com o processamento de lodo como oportunidade de aproveitamento econômico, gerando energia ou produzindo insumos para fertilização de solos.

Conduzido por André Lermontov, doutor e mestre em Engenharia Química e Gerente de Tecnologias do Grupo Águas do Brasil, o case mostrará como esses países superaram os entraves e avançaram do ponto de vista tecnológico, com gestão do lodo.

O trabalho, que envolve pesquisas de especialistas em Tecnologias em Água e Esgoto, da Comissão Temática do Sindcon, será apresentado no dia 31, às 9 horas, durante o 4º ENA – Encontro Nacional das Águas, “Sustentabilidade: Crescendo com Regulação e Planejamento”, em São Paulo.

No Brasil, para a gestão do lodo existem muitos entraves com obstáculos legais, logísticos, ambientais e financeiros, porém, a prática internacional pode revelar viabilidade para ser replicada. Com isso o processamento de lodos passa de uma etapa custosa e difícil e mostra-se uma oportunidade de sustentabilidade econômica, quando aplicado na cadeia do tratamento de água e esgoto, além de poder contribuir ao setor de fertilizantes orgânicos complementares.

O crescimento populacional no país somado à crescente cobertura dos sistemas de esgotamento sanitário, sobretudo nos centros urbanos brasileiros, tem aumentado significativamente a produção de lodos de esgotos gerados em Estações de Tratamento de Esgotos – ETE e Estações de Tratamento de Água – ETA, explicitando os impasses de sua utilização e disposição final. A Lei Federal 12.305 de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos classifica esses lodos como resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, gerados nessas atividades, com exceção aos resíduos sólidos urbanos.

Segundo Lermontov, o setor privado de saneamento vem capacitado seus profissionais e buscando tecnologias aplicáveis à realidade brasileira. O foco é contribuir para o avanço da gestão de lodos que associem vantagens econômicas aos benefícios ambientais. “O mundo encontra-se voltado para a eficiência energética e as empresas estão cada vez mais investido em tecnologias limpas alinhadas ao paradigma da sustentabilidade. O Brasil tem essa oportunidade”, afirma.

Prática no Brasil 

Algumas empresas no  Brasil têm utilizado Digestor Anaeróbio com aproveitamento de biogás. O processo consiste no encaminhamento do lodo gerado na Estação de Tratamento de Esgoto para um biodigestor.  Entre as principais vantagens do sistema anaeróbio estão: a baixa produção de sólidos, o baixo consumo de energia, tolerâncias a elevadas cargas orgânicas e a produção de metano que pode ser usado na geração de energia elétrica ou diretamente como fonte de calor por meio da queima.

Experiência em desenvolvimento no interior do estado de São Paulo (Ribeirão Preto) já apresenta uma ótima perspectiva de retorno de investimento. A avaliação entre os custos de manutenção, os de energia elétrica (tipo de tarifação) e os custos operacionais, pode representar uma economia da ordem de 60% nos custos do insumo energia elétrica.

Ambientalmente o projeto apresenta dois importantes aspectos ambientais positivos, o primeiro deles é evitar que o metano seja liberado para a atmosfera uma vez que esse gás é classificado como gás de efeito estufa, o segundo ponto é que o projeto prevê a utilização do metano gerado de forma que evita o consumo de outro insumo energético. “Além disso, o projeto tem grande aceitação nos órgãos de controle ambiental, de forma que não apresenta dificuldade para aprovação de processos desse tipo”, diz Lermontov.

Trabalhos técnicos no 4º ENA

Já foram selecionados 29 trabalhos técnicos dentro dos temas de regulação e planejamento, tecnologias de água e esgoto, gestão operacional, perdas; sustentabilidade, gestão financeira, educação e comunicação, gestão comercial e recursos humanos, que serão apresentados e debatidos durante o evento. As concessionárias irão apresentar suas práticas para a transferência de conhecimento

Fato inédito nesta edição do ENA é a palestra sobre Redes Sociais em empresas prestadoras de serviços, ministrada por Jardel da Silva Slamba, especialista de comunicação e marketing digital do grupo CPFL Energia.

O 4º ENA será encerrado com uma visita técnica às operações da concessionária SESAMM – Serviços de Saneamento de Mogi Mirim S/A - Empresa do GRUPO INIMA – GS, no município de Mogi Mirim, no dia 1º de setembro.

Sobre o 4º. ENA

A 4ª. edição do ENA – Encontro Nacional das Águas acontecerá dias 30 e 31 de agosto, no centro de convenções da Abimaq, em São Paulo, dirigido para os gestores associados do Sindcon e Abcon – Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto. O ENA é o principal evento do setor privado de saneamento do país.

Sobre o Sindcon


Fundado pela Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), em janeiro de 2001, o Sindcon (Sindicato Nacional de Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgotos), congrega todas as empresas privadas e concessionárias de serviços públicos de água e esgoto, com atuação nacional.

Tem como objetivo estimular e promover a participação da iniciativa privada na área de saneamento básico, atuar no suporte tecnológico e na articulação dos interesses do setor junto a organismos governamentais, institucionais e de financiamento. Além disso, a entidade presta permanentemente assistência técnica e institucional aos seus afiliados, defendendo seus interesses e canalizando as correntes de opinião e propostas que visem à superação dos obstáculos aos processos de concessão dos serviços de saneamento básico.

Atuando de forma democrática e transparente, o Sindcon tem promovido a oportunidade de integração de seus afiliados, através do livre debate e encaminhamento de temas relevantes para o progresso do setor, e em prol da melhoria da prestação dos serviços.

Fonte: Jô Ribeiro

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