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Geração Renovável Atende a 90,4% da Demanda Elétrica e Contribui para a Redução de Emissões no Brasil, Afirmam Especialistas

A fonte solar evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 desde 2012, em meio a uma crise hídrica e aumento nas tarifas de energia


Publicado em: 09/10/2024 às 16:00hs

Geração Renovável Atende a 90,4% da Demanda Elétrica e Contribui para a Redução de Emissões no Brasil, Afirmam Especialistas

Em meio à crise climática que afeta o Brasil e ao novo aumento nas tarifas de energia elétrica, que entrará em vigor em outubro com a implementação da bandeira vermelha patamar 2, a geração de energia renovável tem desempenhado um papel crucial. Compreendendo as fontes solar, eólica, biomassa e hídrica, essa matriz tem assegurado um abastecimento limpo, sustentável e competitivo. Além disso, as fontes renováveis têm contribuído para mitigar uma escalada nas emissões de poluentes, especialmente diante do aumento da queima de combustíveis fósseis no setor elétrico.

Conforme o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a geração solar representou 9,6% do suprimento elétrico do país entre agosto e setembro de 2024, totalizando mais de 7,5 mil megawatts médios (MWmédios). Deste total, mais da metade veio de sistemas solares instalados em telhados e pequenos terrenos, com 4,6 mil MWmédios. Ao somar as demais fontes renováveis, como hídrica (49 mil MWmédios), eólica (11 mil MWmédios) e biomassa (1,4 mil MWmédios), a geração renovável alcançou aproximadamente 90,4% da demanda elétrica brasileira no período.

Com a bandeira vermelha patamar 2, que será aplicada a partir de outubro, os consumidores enfrentarão um acréscimo de quase 8% na conta de luz, ou seja, R$ 7,877 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Isso é resultado da necessidade de acionar termelétricas fósseis emergenciais.

A ABSOLAR alerta que a situação poderia ser ainda mais preocupante. Com uma capacidade instalada superior a 47 gigawatts (GW), entre grandes usinas e sistemas de geração própria solar, a tecnologia fotovoltaica evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 desde 2012. Durante a crise hídrica de 2021, a mais severa em 91 anos, o governo estabeleceu a “bandeira vermelha escassez hídrica”, e os consumidores arcaram com custos adicionais de R$ 28 bilhões devido ao uso de termelétricas fósseis emergenciais e à importação de eletricidade da Argentina e Uruguai. Um estudo da consultoria Volt Robotics concluiu que, sem a geração distribuída solar, os custos teriam sido 48,6% superiores, totalizando R$ 41,6 bilhões. Naquela época, o Brasil contava com apenas 7,5 GW em sistemas solares.

A associação também afirma que a atual crise climática, com impactos bilionários à sociedade, como alagamentos, secas históricas e queimadas, estaria ainda mais grave se não houvesse a contribuição das fontes renováveis não-hídricas. “Sem essas fontes renováveis, as tarifas estariam mais altas, o risco ao abastecimento seria maior, e o ar estaria sobrecarregado com poluentes e gases de efeito estufa”, afirma Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, ressalta que o cenário atual sinaliza a necessidade de um planejamento mais robusto e de investimentos em infraestrutura no setor elétrico, especialmente em linhas de transmissão e novas tecnologias de armazenamento de energia limpa e renovável.

“O uso de energia renovável, aliado a tecnologias de armazenamento, pode reduzir ainda mais a pressão sobre as tarifas de energia elétrica e a consequente inflação, que afeta o poder de compra das famílias e a competitividade dos setores produtivos. Nesse contexto, a energia solar se apresenta como uma das melhores soluções para proteger os consumidores das bandeiras tarifárias e aliviar o impacto financeiro sobre os brasileiros, especialmente diante de um cenário hídrico cada vez mais desafiador”, conclui Koloszuk.

Fonte: Portal do Agronegócio

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