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Fórum de agronegócio expõe urgência de novas leis para os biocombustíveis

Etanol e biodiesel perdem usinas, empregos e oportunidades de crescimento, à espera de novos marcos regulatórios


Publicado em: 27/09/2012 às 10:40hs

Fórum de agronegócio expõe urgência de novas leis para os biocombustíveis

O presidente da APROBIO, Erasmo Battistella, participou hoje (26/9) do painel de debates sobre Agricultura Energética, no “Global Agribusiness Forum”, em São Paulo, onde ficou clara a necessidade de um novo marco regulatório para os biocombustíveis.

Tanto a sua intervenção quanto a do presidente do Conselho da COPERSUCAR, Luiz Roberto Pogetti, concluíram salientando a necessidade de o governo federal sinalizar via nova legislação, o futuro do etanol e do biodiesel na matriz energética brasileira.

Na palestra anterior ao debate, o presidente da Datagro, Plínio Nastari destacou que os biocombustíveis passaram, nos últimos 12 anos, de uma produção de 30 bilhões de litros em 2000 para 126 bilhões de litros até o primeiro semestre de 2012.

Neste cenário, o biodiesel foi o que mais cresceu – 17% no mundo –, embora o etanol ainda seja responsável por 83% da oferta de biocombustíveis. Segundo Nastari, pelos dados de sua empresa, uma das maiores consultorias mundiais em agronegócios, o Brasil foi o país que, no mesmo período, mais renovou suas fontes de energia, com foco nos biocombustíveis, dobrando a produção e a oferta.

O país substituiu 44% da matriz energética em gasolina equivalente. Nos Estados Unidos, este índice foi de 9,5%. Na Europa, 3,4%. De 1975 até agora, o Brasil já substituiu 2,3 bilhões de galões de gasolina por etanol.

No biodiesel, o salto também foi significativo, passando de zero para 2,4 bilhões de litros anuais, no acumulado de 2012, com forte tendência de crescimento, devido ao projetado aumento de oferta de soja, farelo e óleo do grão.

Apesar de todo o desempenho de sucesso do programa do etanol brasileiro, o presidente da COPERSUCAR informou que a crise que afeta o setor hoje por falta de planejamento estratégico reduziu os investimentos, fechou 40 usinas nos últimos anos e 12 mil trabalhadores perderam seus empregos. Por isso, disse Luiz Pogetti, a necessidade de um novo marco regulatório que contemple o que ele chamou de “senso de urgência” para recuperar o parque fabril do etanol.

No caso do biodiesel, emendou o presidente da APROBIO, o panorama não deixa de ser similar, com 50% de capacidade ociosa na indústria, apesar de todas as conquistas do setor produtivo até o momento, desde 2005, quando o governo criou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.

“Hoje nós somos o maior consumidor mundial deste combustível verde e disputamos com a Alemanha o terceiro lugar na produção”, afirmou Battistella, para quem o país tem todas as condições de assumir a liderança neste ranking, atualmente dos Estados Unidos, seguido da Argentina, o maior exportador de biodiesel.

Segundo ele, o Brasil tem terra para plantio de matéria prima, indústria instalada e mercado, faltando, como para o etanol, uma nova legislação que transmita segurança jurídica e regulatória para garantir novos investimentos.

“Para a Fundação Getúlio Vargas, nosso produto emite 57% menos gás carbônico que o diesel mineral e, de acordo com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), gera 113% de empregos a mais que na operação do diesel”, concluiu.

Participaram, também, do debate o presidente da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Carlos Correa Carvalho, e o presidente da empresa Geoenergética, Alessandro Gardemann. O presidente da APROBIO estava acompanhado do diretor executivo da entidade, Julio Minelli, e do conselheiro da Associação, Alexandre Pereira.

Fonte: APROBIO ? Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil

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