Publicado em: 20/05/2013 às 15:50hs
A Aliança Gás Natural da América, entidade de classe que representa mais de 20 petrolíferas da América do Norte, vai apresentar versões "bicombustíveis" de veículos populares adaptados para rodar com gás natural comprimido, ou GNC, e usar um tanque de gasolina convencional para estender o seu alcance. O grupo se recusou a adiantar mais detalhes de sua campanha de marketing.
A entidade fará uma apresentação prévia desses testes amanhã em uma unidade da distribuidora de gás natural Southern Califórnia Gas, em Los Angeles, e depois lançará campanha mais ampla de sensibilização da opinião pública no próximo mês, disseram executivos. Veículos adaptados da Ford, Chrysler e outras quatro montadoras devem integrar os modelos apresentados pela aliança.
A Chrysler, que oferece uma picape movida a gás natural, motivada pelo "boom" do gás de xisto, informou que não tem planos de produzir carros de passeio adaptados ao combustível. As montadoras têm se concentrado em veículos de passeio movidos a bateria e diesel e têm resistido a adotar mais uma alternativa de energia. "Nós não estamos atualmente envolvidos com veículos movidos a gás natural", disse um porta-voz da BMW. A Ford informou que não está envolvida no projeto da Aliança.
Esses veículos "bicombustíveis" custam milhares de dólares a mais do que os movidos a gasolina. Seus defensores dizem que os baixos preços do gás natural podem compensar essa diferença ao longo do tempo. O litro equivalente de gás natural custa entre US$ 0,58 e US$ 0,66 nos EUA, menos que o preço médio da gasolina nas bombas. Mas o custo das adaptações dos veículos não é baixo: a GM, que em dezembro começou a vender duas picapes bicombustíveis com GNC, cobra por elas US$ 11 mil a mais do que as versões a gasolina.
A aliança de gás diz que a demonstração foi elaborada para estimular o interesse do consumidor e das montadoras por carros a GNC em uma época em que a explosão na produção de gás reduziu os preços. Isso tem gerado um novo incentivo aos produtores de gás e às montadoras para desenvolver um combustível que seja mais atraente para substituir a gasolina.
Nos EUA, alguns veículos comerciais, incluindo frotas de empresas e caminhões pesados, já usam gás natural ou estão realizando testes com o combustível. Uma vantagem para esses usuários de grande escala em relação ao consumidor comum é que eles podem arcar com os custos de construção e manutenção de suas próprias bombas de abastecimento. Enquanto mais de 100 mil veículos adaptados para serem movidos a GNC estão rodando nos EUA, menos de 600 bombas foram instaladas para o público em geral.
Os produtores de gás esperam que, ao exibir veículos adaptados ao GNC, eles possam despertar um novo interesse. Analistas da indústria automobilística continuam céticos de que os fabricantes correrão para esse mercado, mesmo que o preço do gás natural caia. "Você não pode criar um veículo para este combustível até que tenhamos bombas de gás natural quase tão onipresentes quanto as de gasolina", diz Phil Gott, diretor sênior da consultora IHS Automotive.
Para ajudar a resolver essa escassez de postos, dois grandes produtores de gás se uniram a fabricantes de eletrodomésticos em projetos separados para desenvolver equipamentos de abastecimento simplificados que se conectem às linhas residenciais de gás. Executivos da indústria do gás dizem que as maiores montadoras estão dispostas a criar modelos conceituais que podem servir como balões de ensaio para futuros veículos voltados para o mercado de massa.
Fonte: Idea Online
◄ Leia outras notícias