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Crescimento das Fusões e Aquisições Impulsiona o Mercado de Biogás e Biometano no Brasil

Estudo revela 13 transações no setor em um ano, destacando o Brasil como o quinto país com mais usinas instaladas


Publicado em: 25/10/2024 às 10:00hs

Crescimento das Fusões e Aquisições Impulsiona o Mercado de Biogás e Biometano no Brasil

Nos últimos doze meses, o mercado de biogás e biometano no Brasil tem registrado um aumento significativo nas fusões e aquisições (M&A). De acordo com um estudo da Redirection International, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, foram identificadas pelo menos 13 transações no setor, superando a média de oito negócios fechados nos dois anos anteriores.

O levantamento considera apenas as operações oficialmente anunciadas, englobando tanto transações de M&A quanto a aquisição de ativos, sem incluir a distribuição no mercado livre, concessões ou contratos de fornecimento de energia. Dentre os negócios mais relevantes, destacam-se a aquisição de 51% da Oeste Ambiental, responsável por um aterro sanitário no Rio Grande do Norte, pelo Grupo Orizon VR, e a compra da empresa de biogás Agric pela Energisa.

“Estamos observando um aumento do interesse de investidores por empresas no setor de biogás e em toda a cadeia produtiva. A atividade de fusões e aquisições cresceu substancialmente nos últimos 12 meses, e à medida que o mercado se consolida, ainda há muito espaço para expansão. Podemos traçar um paralelo com o boom de negócios nas áreas de energia eólica e solar observados nos últimos anos”, afirma João Caetano Magalhães, diretor da Redirection International.

Nos últimos anos, o mercado brasileiro tem atraído um número crescente de empresas internacionais, sinalizando que se torna cada vez mais atrativo e consolidado. Entre os players internacionais ativos no Brasil estão BP, Cargill e Mubadala Capital. “A expectativa é que o Brasil se torne um dos líderes globais na produção de biogás. Notamos um aumento nas atividades de M&A com companhias internacionais que buscam novos mercados, aquisição de tecnologias e ambientes regulatórios favoráveis”, complementa Magalhães.

Os dados do setor são promissores, com a previsão de que o segmento de biometano atinja um valor de R$ 85 bilhões até 2030, conforme análise da consultoria McKinsey. O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial em número de usinas de biogás instaladas, ficando atrás apenas da Alemanha, Estados Unidos, Itália e França, segundo o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás). A Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) projeta um crescimento de 600% na produção de biometano até 2029.

Um dos principais fatores que favorecem o desempenho do mercado brasileiro de biogás e biometano é a diversidade de fontes de produção, aliada à vocação agrícola do país. Em geral, a produção de biogás e biometano utiliza resíduos sólidos urbanos, resíduos da indústria da cana-de-açúcar e resíduos da produção animal. Magalhães ressalta que muitas empresas estão buscando expandir suas operações e aumentar a eficiência por meio de M&A. “As fusões e aquisições se tornarão uma estratégia-chave, conforme as empresas visam capturar participação de mercado, diversificar e se consolidar como líderes em um mercado em franca expansão. Além disso, identificamos diversas oportunidades de M&A no ‘middle market’ ao longo de toda a cadeia de suprimentos, incluindo fabricação de equipamentos, consultoria e aquisições de tecnologia.”

O estudo da Redirection International ainda aponta que a busca pela descarbonização das economias é outro fator que está impulsionando o segmento de biogás e biometano. “Com a crescente pressão para que as empresas adotem práticas mais sustentáveis, este setor se apresenta como uma alternativa significativa para diversificar a matriz energética, atraindo investimentos estratégicos tanto de empresas de private equity quanto de investidores institucionais que reconhecem as vantagens dessa atividade para a imagem corporativa, alinhando-se às práticas de ESG”, conclui João Caetano Magalhães.

Fonte: Portal do Agronegócio

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