Publicado em: 03/09/2012 às 14:40hs
A partir da prensagem de resíduos que não eram aproveitados em sua totalidade, como casca de arroz, de amendoim, de babaçu, serragem de pinus e de eucalipto, podas de árvores, é possível produzir briquetes que têm a mesma utilização da lenha, com ganhos ambientais, sociais e econômicos.
Os briquetes podem ser utilizados em pizzarias, padarias, hotéis, olarias ou cerâmica, laticínios, frigoríficos, indústria de gesso, cimento e de produtos químicos, entre outros estabelecimentos que usam fornos e caldeiras. Além disso, as cinzas resultantes da queima briquetes podem ser usadas em adubação de hortas, jardins e pomares.
O Diretor de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumf, ressaltou que a produção de briquetes pode resolver problemas ambientais e energéticos ao mesmo tempo. “A Embrapa está incentivando o uso dessa tecnologia como uma solução inovadora e que se caracteriza como um processo sustentável e que gera empregos no campo e no setor industrial”, disse.
No Rio Grande do Sul, empresários já estão de olho neste novo nicho de mercado que também beneficia os municípios e o estado. Essa tecnologia está inserida nas diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, que obriga as indústrias a dar uma destinação adequada aos resíduos por elas produzidos. Colocar esses resíduos em lixões não é mais permitido, o que estimula as indústrias a buscar métodos alternativos de utilização, disposição ou reciclagem.
“Já temos quatro empresas produzindo briquetes no Estado”, falou Milton Gonçalves Filho, proprietário da empresa BRH Bioenergia, de Dom Pedrito. “Produzo briquetes a partir da casca de arroz, por estar em um dos pólos produtores desse cereal do Estado.” De acordo com ele, a empresa tem uma capacidade de 25 a 30 toneladas diárias de briquetes que são vendidos para indústrias onde são utilizados em substituição à lenha nos fornos e nas caldeiras. “A comercialização dos briquetes é um bom negócio. Para os consumidores, é uma excelente alternativa, pois os briquetes são uniformes, ocupam menor volume e a concentração energética chega a ser o dobro da lenha natural”, destacou Gonçalves.
No Rio Grande do Sul, os briquetes também já são vendidos em supermercados e lojas agropecuárias para uso em lareiras e churrasqueiras. “Os briquetes são mais higiênicos, mais fáceis de transportar, armazenar e manusear. Além do mais, nas grandes cidades devido à grande dificuldade de entrar caminhões, não é muito fácil encontrar lenha para comprar“, conclui o produtor Milton Gonçalves.
Fonte: Embrapa Agroenergia
◄ Leia outras notícias